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No Dia Nacional do Ciclista, conheça o geocicloturismo!

Nova modalidade, uma das possibilidades do cicloturismo, une lazer e nova forma de percepção do espaço ao redor
O geocicloturismo propõe a atenção ao ambiente geológico do trajeto, e não só aspectos culturais do local (fotos: Rodrigo Guimarães)

Em 19 de agosto é comemorado o Dia Nacional do Ciclista e para celebrar a data o Alagoas Notícia Boa (ALNB) traz uma reportagem especial produzida pelo Jornal da USP sobre o geocicloturismo. Tá curioso?

Pois bem, o geocicloturismo é uma das possibilidades do cicloturismo. A nova modalidade une lazer e uma nova forma de percepção do espaço ao redor.

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Assim, o geocicloturismo propõe a atenção ao ambiente geológico do trajeto, e não só aspectos culturais do local.

“É uma forma de você visitar lugares, ter essa atividade do turismo, mas tendo como base componentes da geodiversidade. Então, aspectos abióticos da natureza, tipos de rochas, minerais, fósseis, formas de relevo e aspectos hidrológicos”, explica Gilson Guimarães, geólogo, mestre e doutor em Petrologia pelo Instituto de Geociências (IGc) da USP, e professor associado do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Mais adeptos

O transporte com bicicleta, seja qual for a finalidade, vem ganhando cada vez mais adeptos. Segundo dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, as vendas de bikes registraram um aumento de mais de 50% em 2020, na comparação com 2019.

Esses números se devem à variedade de usos que ela possibilita. Muito mais do que uma alternativa de transporte para o dia a dia ou uma ferramenta para a prática esportiva, a bicicleta vem se transformando também em uma opção para o turismo.

O cicloturismo nada mais é do que um turismo feito sobre duas rodas. Ele tem como objetivo levar o adepto a conhecer um lugar e ter um contato mais próximo com sua cultura por meio da bicicleta.

“Quando a gente coloca o componente ‘geo’ nessa definição, significa que esse roteiro de viagem sobre a bicicleta está valorizando e levando em consideração o patrimônio da geodiversidade. Então, ele vai ter como foco os elementos geológicos, da morfologia do terreno, e elementos que dizem respeito ao patrimônio natural daquela região”, explica Rodrigo Guimarães, geólogo graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pesquisador no Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas (LPH), e presidente do Grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE).

Pesquisa

Para o pesquisador, a bicicleta é o transporte que melhor propicia diferentes níveis de interação com o ambiente, diferente de uma viagem de carro, por exemplo. Além disso, o contato mais íntimo com a natureza e a paisagem ao redor representam um potencial para a pesquisa em geociências. 

O transporte com bicicleta, seja qual for a finalidade, vem ganhando cada vez mais adeptos

“Você pode usar bicicleta como meio de locomoção para coleta de informações sobre estrutura geológicas, sobre os tipos de rochas em uma região; você pode fazer um verdadeiro mapeamento geológico utilizando a bicicleta como meio de locomoção”, afirma Rodrigo.

Sustentabilidade

Na pesquisa acadêmica ou a passeio, o turismo de bike tem o diferencial de ser uma forma de viagem sustentável. Ao substituir o carro pela bicicleta, se diminui a emissão de gases poluentes, como o CO2.

E com as questões climáticas e ambientais se tornando cada vez mais urgentes, a tendência é que essa modalidade ganhe mais usuários.

“Outro lado interessante é a questão da velocidade com a qual você interage com um meio pelo qual você está circulando. É completamente diferente! Você está circulando por trechos que muitas vezes vão na casa da centena de quilômetros por dia. E se você faz um roteiro como esse de carro, você pode facilmente levar duas horas e pouco. Você vai passar um dia inteiro, o que faz com que você comece a perceber melhor as pessoas que vivem no local, os elementos de flora e fauna”, observa Gilson.

Mas, se engana quem acredita que o geocicloturismo só pode ser feito por geólogos ou por pessoas com formação na área de geociências. Rodrigo lembra que começou suas viagens sobre pedais muito antes de, sequer, entrar para a universidade.

“Eu comecei a fazer, primeiro, cicloturismo, quando eu tinha 15 anos, longe de ter qualquer formação nas geociências. As minhas maiores viagens, na verdade, antecedem a minha formação e eu tive um proveito gigantesco”, lembra.

Palestra on-line

O Instituto de Geociências da USP convidou Gilson e Rodrigo – que além de geólogos, são pai e filho – para uma palestra on-line. Os dois contam sobre uma expedição de 14 dias que realizaram juntos, percorrendo 1150 km pela Cordilheira dos Andes e o Deserto do Atacama.

No vídeo abaixo, os dois explicam desde a construção do roteiro, os desafios enfrentados, até as recompensas que uma viagem como essa pode proporcionar.

Fonte: Jornal da USP com texto de Caio César Pereira

Dia Nacional do Ciclista

Em 19 de agosto é comemorado o Dia Nacional do Ciclista, que passou a fazer parte do calendário oficial brasileiro desde 2018, após aprovação de projeto no Congresso Nacional.

O dia é uma homenagem ao ciclista Pedro Davison que morreu em 19 de agosto de 2006, em Brasília, depois de ser atropelado por um motorista que dirigia em alta velocidade e embriagado.

A proposta de criação da data também é para incentivar o respeito ao ciclista e o uso da bicicleta nos deslocamentos diários.

 Fonte: Agência Rádio Senado

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