Começa nesta quarta-feira (19) o Festival de Música de Penedo. O evento gratuito é promovido pelo Centro de Musicologia de Penedo (Cemupe) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em parceria com o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal.
A cidade histórica recebe diversos artistas, cantores, músicos e instrumentistas que vão ocupar ruas e prédios públicos, desta quarta até o sábado (22). A programação tem várias atrações alagoanas, nacionais e internacionais.
Abertura
A abertura oficial acontece nesta quarta, a partir das 19 horas, no Centro de Convenções, com show de Guilherme Arantes, cantor e compositor brasileiro com mais de 40 anos de carreira.
A solenidade de abertura contará com a presença do reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, entre outros integrantes da comunidade universitária. De acordo com o coordenador-geral do festival, Marcos Moreira, o evento representa uma grande ação comunitária pela música e, este ano, conta com 606 inscritos para participar de várias atividades.
“Estamos numa expectativa muito grande. Na programação há artistas e professores com uma alta qualidade e isso chama a atenção do público, principalmente, quando há um acesso facilitado pela gratuidade. O Cemupe é um potencial que se instala na cidade e engrandece a pesquisa científica musical, traz para a cidade um status ao curso de música de ampliação e convênios internacionais. É uma grande oportunidade para Penedo”, disse Moreira, professor do curso de licenciatura em Música da Ufal.
Nesta quinta-feira (20), a Feira Oficial de Música movimentará as ruas antigas de Penedo, às 9 horas, no Largo São Gonçalo. O Trio Potiguar, formado por João Paulo, Paulo César PC e Gilvando Pereira, do Rio Grande do Norte, será o responsável por animar o público. A banda alagoana de pífano Esquenta Muié também se apresenta.
No mesmo dia começam a ser ministradas oficinas instrumentais e especiais. A lista de selecionados para as oficinas pode ser conferida clicando neste link.
Terá também o Concerto nas Escolas, às 14 horas, com a participação dos estudantes da rede pública municipal de Educação, no Centro de Convenções.
Haverá uma conferência especial intitulada A History of Woman’s Bands in America (Uma história de bandas femininas na América), com a professora Jill Sullivan, da Universidade do Estado do Arizona-EUA.
Programação
Durante a programação do festival, haverá concertos abertos de saxofone e violão, fóruns de música, mostras e mais shows musicais. Também está marcado lançamento de quatro livros com o selo Cemupe, na sala principal do Teatro 7 de Setembro, a partir das 17h.
Os autores são de Alagoas, Rio de Janeiro, Portugal e Sergipe. Os livros são: Os dobrados de Aquino Japiassú, de Marcos Moreira e João Paulo Cruz; Álbum de armia, de Alberto José Pacheco e Rodrigo Costa; Harmonia para guitarra, de Ricardo Lopes; e Lunga, de Luiz Almeida. Duas dessas quatro obras podem ser vistas gratuitamente também em forma de e-book, por meio deste site.
Às 17 horas, no dia 21 de outubro, será montado um grande palco, no Centro de Convenções, para a 1ª Mostra de Música Autoral Velho Chico, resultado do edital Novos Talentos Autorais da Ufal. Os selecionados apresentarão suas composições e músicas escolhidas. O encerramento ficará por conta do saxofonista Derico Sciotti e do guitarrista Ricardo Lopes.
Já no dia 22 de outubro, último dia do evento, às 9 horas, haverá desfiles e retretas de bandas de música nas ruas do Centro Histórico de Penedo, com a participação das bandas Sociedade Musical São Miguel, da Paraíba, Banda Musical Curica (PE), Banda Montepio (AL), Banda Penedense (AL) e Banda Fênix (AL).
O encerramento oficial fica por conta da Orquestra Sinfônica da Ufal (Seção de Cordas), sob a regência de Nilton Souza, e o recital de piano, com Lucas Thomazinho, de São Paulo. As apresentações acontecem às 20h30, no Centro de Convenções.
Fóruns e encontros
O festival também vai realizar grandes encontros, sessões de debates e fóruns de música com a participação de professores e instrumentistas renomados, conhecidos no país e no mundo.
No dia 20 de outubro, também haverá o 3º Fórum Alagoano de Educação Musical e o 5º Encontro Cemupe de Musicologia, dois grandes eventos que já foram realizados em edições passadas.
Nesse encontro, haverá debates sobre bandas de música e sua importância educacional e artísticas nas cidades interioranas, a produção de métodos e a contribuição desses métodos em outros países, as parcerias com outros institutos de pesquisa em outros países e a representatividade de se ter um centro de musicologia em Penedo.
Participam do evento os professores Thomaz Garcia (EUA), professor David Cranmer (Portugal), Diósnio Neto (SP), Nilton Souza (AL), Aldo Leoni (SP), Jill Osborne (EUA) e Samuel Pompeo (SP). O fórum e o encontro acontecem às 15h30, no auditório da Casa da Aposentadoria.
De acordo com Mary Biason, arquivista e musicista de Minas Gerais, o fórum também trabalha com a sobrevivência e a resistência de documentos importantes de musicologia que são valiosos para a manutenção das manifestações da cultura popular. Ela também apoia o festival.
“Da minha experiência de muitos anos trabalhando com as bandas de música de Minas Gerais, entendi que a sobrevivência das manifestações da cultura popular deve-se, em grande parte, às suas raízes familiares, por isso são elas as fiéis depositárias de tradições transmitidas de seus antepassados. Desta forma, o Cemupe pode, e deve, integrar-se à comunidade desempenhando ações concretas, específicas e, principalmente, comprometidas com os eventos nos locais onde as bandas atuam, funcionando como parceiro para orientar as comunidades na preservação de sua história”, disse Mary Biason.
Entre as diversas atrações que serão fontes de referências e conhecimento para o público penedense, acontece o 2º Fórum de Mulheres na Música, no dia 22, às 14h30, na Biblioteca Pública. Terá uma sessão de debates sobre os espaços ocupados por mulheres na música e a importância da inclusão e da equidade de gênero.
Haverá, ainda, a estreia do 1º Fórum Afro-brasileiro Musical do Velho Chico, às 14h30, com sessão de debates e apresentação cultural do grupo Afro Abí Axé Egbé, equipamento Cultural da Ufal, vinculado ao Campus do Sertão.
O evento acontecerá no Teatro 7 de Setembro e será um momento de troca e de diálogo sobre religião de matriz africana no Brasil e a influência nas áreas da música, como também sobre os espaços ocupados por integrantes desse tipo de composição.
Movimento Viva a Banda
No último dia do festival, 22 de outubro, os maestros do Movimento Viva a Banda se reunirão, às 14h30, no auditório da Casa da Aposentadoria, para discutirem sobre a importância desse profissional e da maestrina em bandas instrumentais e seus espaços no país.
O encontro contará com a participação do professor Fernandinho Cruz, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), a maestrina Elizete Pires (SP), o professor Luiz Ipólito (SP) e a professora Juliana Soares (SP).
Elizete Pires revela que a banda foi um projeto idealizado e coordenado pelo professor mestre Fernandinho Cruz.
“Esse projeto possibilita o encontro de muitos profissionais ligados à banda, proporcionando a troca de experiências”, revelou a maestrina.
Segundo ela, foi difícil resistir em um mundo que é constantemente masculino e que no tempo dela tinha muito preconceito.
“Venho de uma época que não era muito livre assim. O preconceito era muito presente, por eu ser de uma banda de música, por tocar trombone e por ser mulher e, depois, assumir a regência de uma banda de música”.
Para ela será uma experiência incrível participar do festival.
“O festival tem uma programação de alto nível, com excelentes profissionais, onde serão oferecidas oficinas, shows, atividades acadêmicas e muito mais. Fiquei muito feliz em ser convidada para a programação, onde tantas mulheres atuam”, concluiu.
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Site: https://www.cemupemusicologia.com
Nos anexos abaixo, você confere a programação completa
