“Em Porto de Pedras Vá Pela Sombra”. A denominação do projeto de arborização, em execução no município litorâneo, é mais que sugestiva. É prática! A iniciativa envolve alunos da rede municipal de ensino no plantio de espécies frutíferas e nativas da Mata Atlântica, espalha sementes da educação ambiental e já começa a dar frutos para o saboreio coletivo.
“O projeto entrou no planejamento pedagógico de toda a rede municipal escolar e todas as ações contam com a participação direta dos alunos, tanto no plantio, quanto na confecção de artefatos que conferem proteção às mudas”, explica a bióloga Morgana Macedo, doutora em Diversidade Biológica e Conservação pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Servidora da Secretaria Municipal de Educação, ela é a responsável técnica pela execução do projeto. Desde o lançamento da iniciativa, em agosto do ano passado, já foram plantadas em Porto de Pedras mais de 300 mudas, entre as espécies frutíferas (acerola, goiabeira, mangueira e jambo) e nativas como o ipê e o pau-brasil. A meta é chegar a 4 mil.
“Também serão plantadas flamboyant, acácias, quaresmeira e tantas outras tipicamente cultiváveis”, acrescenta a bióloga.
“A ideia é preservar a característica florística da região”, explica Morgana. Ela conta que a ideia de criar o projeto partiu da secretária municipal de Educação, Márcia Cunha, e foi acolhida pela gestão do prefeito Henrique Vilela.
Frutos
Situado no Litoral Norte de Alagoas, em meio à Rota Ecológica dos Milagres e a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, o município de Porto de Pedras começa a colher os benefícios do projeto de arborização.
“Este projeto tem trazido inúmeros benefícios ambientais, sociais e econômicos. Dentre eles, a restauração de espécies nativas da Mata Atlântica, a conscientização de visitantes e moradores locais e a diminuição da sensação de calor. Além de todos esses benefícios, a cada muda plantada, a cidade de Porto de Pedras tem ficado mais bela e florida”, ressalta Morgana.
Destino turístico consagrado nacionalmente e com fama internacional, o município também é conhecido como o “Santuário Ecológico do Peixe Boi”, espécie de mamífero aquático ameaçada de extinção. O turismo de observação dos animais e de base comunitária gera renda aos ribeirinhos.
“Diante de tantas belezas naturais, surgia a preocupação de conscientizar os moradores locais sobre a importância de conservar também as áreas verdes”, pontua Morgana.
O projeto de arborização conta com o apoio das secretarias municipais de Agricultura e de Meio Ambiente; do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) e do Grupo Açucareiro Santo Antônio.