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Projeto Mangue Vivo atua como guardião de mais de 360 hectares

Iniciativa atua em 14 áreas da Região Hidrográfica do Pratagy, entre Maceió, Barra de Santo Antônio e Paripueira
Iniciativa contribui para conservação de 360 hectares de florestas de manguezal, ou seja, aproximadamente 360 campos de futebol, no Litoral Norte de Alagoas (fotos: Instituto Biota)

Iniciado recentemente, o projeto “Mangue Vivo” auxilia na conservação e no monitoramento desse importante ecossistema, considerado berçário da vida marinha. A iniciativa atua como guardiã de 360 hectares de florestas de manguezal, ou seja, aproximadamente 360 campos de futebol. Isso tudo em 14 áreas da Região Hidrográfica do Pratagy, Litoral Norte de Alagoas, entre os municípios de Maceió, da Barra de Santo Antônio e de Paripueira.

O Mangue Vivo é executado pelo Instituto Biota de Conservação, com todo o suporte fornecido pela Solar Coca-Cola e Coca-Cola Brasil.

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Com a utilização de uma plataforma norte-americana (DroneDeploy) de armazenamento de dados e geração de mapas sobrepostos, a partir da utilização drones e modelos 3D compartilháveis ​​em tempo real, é possível monitorar o status da vegetação, bem como acionar de imediato as autoridades ambientais de fiscalização para coibir e punir infratores.

“Nós monitoramos, mensalmente, dez rios da Bacia do Pratagy. De Jacarecica, em Maceió, até a Barra de Santo Antônio, tudo é monitorado pela nossa equipe, que faz o acompanhamento através de drones com voos autônomos”, revela o presidente do Instituto Biota, Bruno Stefanis.

Drones são utilizados para monitorar as áreas cobertas pelo projeto Mangue Vivo

“Por meio dessas fotos sobrepostas, com o uso de um programa norte-americano, nós geramos um mapa e com ele a gente consegue fazer um contraponto para verificar a saúde do mangue, entre áreas com vegetação e sem vegetação. Assim, a gente consegue monitorar, saber se essas áreas estão aumentando ou diminuindo”, explica.

A Região Hidrográfica do Pratagy engloba sete municípios e diversos cursos fluviais incluídos na ação; bem como duas áreas de Proteção Ambiental (APA), a APA do Pratagy, em âmbito estadual, e a APA Costa dos Corais, federal.

O primeiro relatório, referente ao mês de fevereiro, já foi gerado. Em dois meses de atuação, o projeto Mangue Vivo já produz resultados, sobretudo na identificação de áreas afetadas e na responsabilização dos autores.

“Nós flagramos dois locais sendo aterrados. Neste caso, a prefeitura multou a empresa que estava aterrando o mangue em Riacho Doce. A vantagem de estarmos presentes é expandir os olhos da fiscalização. Nós não temos o poder de polícia, mas como uma ONG ligada ao meio ambiente temos a capacidade de fazer denúncias e isso vai ajudar a inibir os crimes ambientais”, destacou Bruno Stefanis.

Receptividade

Ele revela que o projeto tem sido muito bem recebido pela população, sobretudo pelas comunidades ribeirinhas, que dependem diretamente do manguezal.

“A importância do projeto é imensa, não só pela questão ambiental, mas também pela questão social e econômica. O mangue é uma geladeira a céu aberto, ele tem muita riqueza para as populações ribeirinhas, que são populações extrativistas, coletam moluscos e crustáceos para a sobrevivência. A gente tem recebido muito apoio da população, porque ela enxerga retorno”, destacou Bruno Stefanis.

De acordo com ele, o projeto se desenvolve como piloto, mas a intenção é expandi-lo a outras regiões de Alagoas.

“A gente espera que esse projeto tenha bons frutos. Essa área-piloto foi escolhida aqui no Litoral Norte, mas a gente quer ampliá-la para o Litoral Sul e, quiçá, para todo o nosso estado”, projeta.

Mapas são gerados a partir da captação de imagens para monitorar a “saúde” dos manguezais

Stefanis destaca a importância dos mangues e fala das ameaças a esta vegetação estuarina.

“Além da sua importância para a fauna, o manguezal também é um grande fixador de carbono, favorecendo o abastecimento de corpos hídricos e no equilíbrio dos ciclos de chuva. Mas os manguezais são florestas que estão na mira do poder imobiliário, da invasão, da especulação, porque são áreas de alto valor comercial, de frente para o mar”, alerta.

Solar

A Solar, segunda maior fabricante do Sistema Coca-Cola do Brasil, possui duas fábricas em Alagoas que estão localizadas dentro da Região Hidrográfica do Pratagy. Pensando em contribuir com a preservação de seu entorno, a fabricante ressalta que tem dado total suporte ao projeto Mangue Vivo, que protege 10 cursos fluviais que compõem a rede hídrica local.

“Ficamos muito felizes em anunciar este projeto no Dia Mundial da Água (22 de Março) em que celebramos e reforçamos a importância da conservação desse recurso tão essencial para a vida no planeta. Acreditamos que o Mangue Vivo, além do foco nos manguezais da Mata Atlântica alagoana, também vai proporcionar a preservação, a fiscalização e a conservação de recursos hídricos no Pratagy, que é considerado um berçário de fauna e flora alagoana”, destaca o gerente de Relações Externas da Solar, Arthur Ferraz.