A Prefeitura de Pilar lançou, nessa terça-feira (11), o programa Vale Letra: Ler e Escrever Valem Muito. Além de assistir quase 2,4 mil analfabetos absolutos, maiores de 15 anos de idade, com uma bolsa de R$ 120 para estimulá-los a entrar na escola, a iniciativa também busca promover a inclusão social dessas pessoas, que terão suas vidas transformadas por meio da educação.
Para preencher, inicialmente, mil vagas no programa, a Prefeitura montou uma verdadeira força-tarefa, com direito a oito pontos de matrícula espalhados por toda a cidade.
Quem já está inscrito em programas como o Bolsa Viva Bem Pilar – por meio do qual a Prefeitura transfere R$ 130 mensais para mais de 4,2 mil famílias em situação de vulnerabilidade social – também tem direito à bolsa para aprender a ler e escrever.
A expectativa é de que em fevereiro do próximo ano, todos os primeiros mil alunos já consigam trocar o atual RG por um novo documento. Outras mil vagas serão ofertadas em 2024. No Brasil, o termo “não alfabetizado” consta no documento de identificação de 11 milhões de pessoas.
Em Pilar, segundo a Secretaria de Educação, 2.322 pessoas analfabetas – a maioria delas idosas – devem ser contempladas até o ano que vem. Isso equivale a 8,4% do total de 27.351 habitantes com 15 anos ou mais de idade.
“Lá atrás, quando iniciamos a nossa busca ativa, percebemos que os filhos estavam matriculados, mas que os pais não sabiam nem ler, nem escrever. E a maior obra de qualquer gestor é fazer com que as pessoas possam adquirir conhecimento, emancipar-se de verdade. Para isso, basta que essas pessoas tenham a oportunidade de estudar, de realizar sonhos, de serem o que quiserem”, afirmou o prefeito do Pilar, Renato Filho, no lançamento do Vale Letra.
Renato Filho destacou que o Município montará salas de aula onde for necessário, nem que haja apenas um aluno, para levar a alfabetização para todos.
“Todo e qualquer esforço ainda é pouco para se alfabetizar na idade certa. Não há outro caminho que não seja o da educação. Foi valorizando o servidor, aumentando o número de pessoas em sala de aula e levando internet para as casas dos nossos alunos que conseguimos reduzir a violência no Pilar, e hoje somos motivo de orgulho para Alagoas. Por isso é que o RG do pilarense, ainda analfabeto, está com os dias contados. Temos feito o mesmo ao combater a extrema pobreza, com o programa Prato Cheio, a merenda de qualidade nas escolas, entre outras ações. Agora, vamos também erradicar o analfabetismo”.
Pagamento
O pagamento das bolsas de R$ 120 é um investimento de recursos do próprio Município.
“Foi avaliando os números de Pilar que o prefeito Renato Filho determinou que fizéssemos um programa capaz de combater, verdadeiramente, o analfabetismo em nossa cidade. Mais que auxílio financeiro para incentivar os estudos, o Vale Letra vai conferir autonomia e dignidade àquele que, por ser analfabeto, ainda precisa de ajuda para realizar atividades básicas”, disse o secretário municipal de Educação e Cultura do Pilar, Clewerton Cavalcante.
Atualmente, a taxa de analfabetismo em Pilar é inferior à média registrada na região Nordeste (13,8%) e, principalmente, em Alagoas (17,1%). Porém, esse percentual já foi bem maior, chegando a atingir 24,5%, conforme o último censo do IBGE, realizado em 2010.
O Município aponta que essa evolução se deve, entre outras razões, ao investimento na modalidade Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI), que saltou de 693 alunos matriculados, em 2017, para 1.416 em 2022. Não à toa, no mesmo período a rede municipal de ensino conquistou quase 5 mil novos estudantes, como a senhora Quitéria Bezerra, aluna da Escola Jacy Ayres, que está aprendendo a ler e escrever.
“Não é pelo dinheiro, mas para ter uma vida melhor. É maravilhoso poder estudar”, garante.
O lançamento do programa, no Centro Cultural Mestra Bida, na Chã do Pilar, reuniu profissionais da Educação, vereadores e secretários municipais. A chefe de gabinete do Pilar, Fátima Rezende, convocou a população para ajudar na luta contra o analfabetismo.
“Hoje é um dia de muita felicidade para todos nós. Temos uma gestão que cuida das pessoas, e isso nos deixa ainda mais confiantes de que podemos continuar mudando, para melhor, a vida da população. Todos, portanto, precisam agir como multiplicadores, para que possamos de fato erradicar o analfabetismo em nossa cidade”, disse Fátima Rezende.