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Pilar habilita mestres e grupos folclóricos como patrimônios vivos

Município se tornou o primeiro em Alagoas a conferir o registro de patrimônio vivo a grupos culturais
Boi do Canário, que já é considerado Patrimônio Imaterial de Pilar e Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas, foi um dos habilitados (Ascom Pilar)

A Prefeitura de Pilar, por meio da Casa da Cultura Arthur Ramos, divulgou, nesta terça-feira (24), o resultado final do processo de habilitação de três mestres e dois grupos folclóricos da cidade como patrimônios vivos do município. Com a publicação, Pilar se tornou a primeira cidade alagoana a conferir o registro de patrimônio vivo a grupos, e não apenas a pessoas, em reconhecimento à contribuição cultural de suas manifestações.

Foram habilitados o mestre de Guerreiro Edivar Vicente Feitosa e as mestras Maria José Cordeiro e Maria Cícera da Conceição, representando o Pastoril e as Baianas, respectivamente.

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Já os grupos foram o Boi do Canário, que já é considerado Patrimônio Imaterial de Pilar e também é Patrimônio Cultural Imaterial de Alagoas, por iniciativa da deputada estadual Fátima Canuto, e o bloco Os Caçadores, que completará 100 anos de existência em 2024.

A habilitação é resultado de projeto de lei de autoria do Poder Executivo, aprovado pela Câmara Municipal em outubro de 2022, que instituiu a Lei do Patrimônio Vivo. Com a legislação, o Município garante que mestres e grupos possam transmitir conhecimento, trocar experiências e perpetuar suas manifestações, resgatando e preservando a memória artística e cultural da população pilarense.

Agora, cada mestre vai receber um salário mínimo por mês e os grupos passarão a receber dois salários mínimos cada, ambos de forma vitalícia, como explica a diretora de Cultura da Prefeitura de Pilar, Ruthnéa Camêlo.

“O prefeito de Pilar, Renato Filho, abraçou a causa em prol do nosso folclore. Afinal, sabemos que, infelizmente, alguns artistas padecem Brasil afora porque não recebem o apoio devido”, afirma a diretora, acrescentando que, em troca, mestres e grupos assumirão a responsabilidade de introduzir suas manifestações nas escolas e comunidades de Pilar, a fim de perpetuar o conhecimento sobre a cultura local.

“Tudo isso é extremamente gratificante, já que ações dessa natureza também fortalecem o turismo cultural, mantendo viva a tradição do nosso povo e gerando emprego e renda em nossa cidade”, reforça Ruthnéa.

Treme Terra

Entre os contemplados, o Mestre Edivar Vicente, conhecido como Treme Terra de Pilar, também já recebeu a Comenda Lêdo Ivo, entregue durante sessão solene proposta pela deputada Fátima Canuto.

Mestre Edivar Vicente, o “Treme Terra de Pilar”, também já recebeu a Comenda Lêdo Ivo, entregue durante sessão solene proposta pela deputada Fátima Canuto

Para o presidente do Fórum Permanente da Cultura Popular e Artesanato de Alagoas (Focuarte), João Lemos, Pilar crava mais um importante registro na história da cultura alagoana.

“Mais do que nunca, a união entre gestão pública e os fazedores de cultura demonstra a sua força frente aos desafios que nos cercam, para que possamos construir um estado e um país mais férteis no tocante à produção cultural, e com o povo tendo a sua identidade verdadeiramente respeitada”, destaca o também jornalista e compositor.

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