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Pescador de Maragogi encontra rara lagosta azul

Este seria o segundo registro deste tipo de animal no Brasil; o primeiro ocorreu em 2019, no distrito de Barra Grande
Após a captura incidental, ele contou ao ALNB que devolveu o animal ao mar, depois de fotografá-lo

Um pescador de Maragogi encontrou uma lagosta azul durante uma pescaria em alto-mar. Animais com essa coloração são raros e este seria o segundo registro no Brasil. “Fiquei bem surpreso. Nunca tinha visto, né? É linda!”, disse o pescador ao Alagoas Notícia Boa (ALNB).

O primeiro registro de uma lagosta azul no Brasil ocorreu em 2019, no distrito de Barra Grande, também em Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, documentado pelo professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal – Penedo), Cláudio Sampaio, biólogo e doutor em Zoologia.

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O ALNB conversou com o pescador por telefone, que não quis se identificar. Ele contou que não era sua intenção capturar a lagosta, que veio incidentalmente na rede de pesca, em meio aos peixes. Após a captura, relatou que fez o registro fotográfico com o celular e a devolveu ao mar.

“Devolvi. Onde peguei, soltei. Tirei só a foto”, afirmou o pescador, também sem especificar o dia.

Consultado pelo ALNB, o professor Cláudio Sampaio ressalta que lagostas azuis são raras. Segundo ele, há apenas mais um registro conhecido no Brasil, pescada na região de Barra Grande.

“Os outros registros conhecidos de lagostas azuis são de outras espécies que não são encontradas no Brasil, apenas em outros países da Europa”, observou o biólogo.

Mutação

Ele explica que as mutações em genes associados à formação das cores típicas das lagostas são, provavelmente, responsáveis pela coloração azul.

“Além de ser uma mutação pouco conhecida, lagostas azuis devem ficar mais destacadas, atraindo atenção de predadores, então encontrar uma lagosta azul é algo raramente observado. Mas apenas uma análise da lagosta poderá indicar as possíveis causas dessa mudança de cor”, observou.

Lagosta azul encontrada em 2019 no distrito de Barra Grande, documentada pelo professor Cláudio Sampaio (reprodução)

Embora a captura da lagosta tenha ocorrido de forma incidental (quando não há intenção de capturar aquele animal), o professor ressalta que entre 1º de fevereiro e 30 de abril as lagostas vermelha (Panulirus argus), pintada (P. echinatus) e cabo-verde (P. laevicauda) não podem ser pescadas, transportadas ou beneficiadas, em respeito ao período de defeso, estabelecido em lei.