No Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, celebrado nesta terça-feira (26), ações de educação ambiental e mutirões de limpeza foram promovidos em municípios integrantes da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais: Maragogi, Japaratinga, Porto de Pedras, Barra de Santo Antônio e Paripueira, no Litoral Norte de Alagoas.
Em Maragogi, as atividades fizeram parte da programação da Semana dos Manguezais, promovida pela Prefeitura de Maragogi, por meio das secretarias municipais de Meio Ambiente, Turismo e Desenvolvimento Econômico e Educação.
O evento, que segue até a próxima sexta-feira (29), conta com o apoio do Costa dos Corais Convention e Visitors Bureau (CCC&VB), Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Alagoas (ABIH), Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Alagoas (Sindhal), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto BiomaBrasil.
Nesta terça-feira (26), a Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Maragogi fez um mutirão de limpeza na praia urbana do município, que contou a participação de estudantes da rede municipal, dentre outros voluntários.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Maragogi promoveu, na Orla Marítima, Avenida Senador Rui Palmeira, uma exposição sobre a APA Costa dos Corais, maior unidade de conservação marinha costeira do Brasil.
“À tarde, fomos à Escola José Jorge de Farias Sales e, em parceria com o Instituto BiomaBrasil, foram realizadas palestras com os alunos dos 8º e 9º ano com o tema ‘APA Costa dos Corais é também a APA Costa dos Manguezais’. Fizemos, ainda, o Jogo ‘Na Trilha do Peixe-Boi’ com os alunos dos 6º e 7º anos”, resumiu a gerente de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Maragogi, Maria Eduarda.
O palestrante Clemente Coelho, professor e cofundador do Instituto BiomaBrasil, falou da importância dos manguezais para a biodiversidade marinha e da conectividade desse ecossistema com os oceanos.
“De 70 a 80% dos organismos marinhos utilizam, por pelo menos uma fase da vida, os estuários e manguezais, por isso ocorre essa conectividade tão importante. Muitos peixes de importância econômica, como por exemplo a caranha, o dentão e a cioba, são espécies que se reproduzem na quebra do talude, a 200 milhas, mas retornam para a região costeira, para colocar seus ovos. Os filhotes acabam entrando nos estuários e manguezais, que fazem o papel de berçários. Depois, esses peixes retornam, quando jovens e adultos, para os oceanos”, explicou Clemente Coelho.
Japaratinga
Em Japaratinga, a concentração para o início das atividades ambientais aconteceu na Pousada Paraíso dos Coqueirais, onde mais de 40 alunos, entre o 6º e o 9º ano da rede municipal, participaram de palestras.
As ações foram realizadas pela Prefeitura de Japaratinga, através das secretarias municipais de Meio Ambiente, Educação e Turismo. As ações também contaram com o apoio do CCC&VB, da ABIH, do Sindhal e do ICMBio.
“Temos um projeto de educação ambiental aqui na pousada há muitos anos. Então, aproveitamos para dar uma palestra a respeito dos manguezais e depois todos foram para a praia. Foram coletados 22 sacos de lixo de 100 litros, na parte sul da Praia do Salgado”, informou o diretor da ABIH para o Litoral Norte e gerente da pousada Paraíso dos Coqueirais, Cláudio Zanichelli.
“A gente acredita que a conscientização das novas gerações seja a chave para debater um cenário extremamente complicado, que é o cenário ambiental, não só aqui no Brasil, mas no mundo inteiro”, acrescentou.
Dia Mundial de Proteção aos Manguezais
O professor Clemente Coelho recorda que, em 2000, o 26 de julho foi escolhido pela UNESCO como o dia de proteção aos manguezais devido ao grande significado da data para os movimentos de defesa do ecossistema na América Latina.
Ele lembra que no dia 26 de julho de 1998, o ativista do Greenpeace da Micronésia, Hayhow Daniel Nanoto, morreu de um ataque cardíaco enquanto estava envolvido numa ação de protesto, liderada pela FUNDECOL e Greenpeace International, contra a destruição dos manguezais de Muisne (Equador) pela indústria da carcinicultura.
“Durante esta ação, a comunidade local de Muisne juntou-se às ONGs e romperam os taludes dos viveiros de camarões, construídos ilegalmente, na tentativa de restaurar a floresta de mangue e sua riquíssima fauna associada. Desde a morte de Hayhow, diversas instituições no mundo comemoraram este dia como um dia para o fortalecer a luta pela proteção deste importante ecossistema” recordou.
