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Conheça a história do premiado alambique Gogó da Ema: “Resolvi viver de cachaça”

Henrique Tenório é o proprietário da empresa que em 20 anos já acumula 43 prêmios, entre nacionais e internacionais
Gogó da Ema – junto a outros três alambiques – integra a Rota da Cachaça, mapeada pelo Sebrae e pela Instância de Governança do Agreste (fotos e vídeo: Severino Carvalho)

Com duas décadas de fundação, o alambique Gogó da Ema, em São Sebastião, Agreste alagoano, já conquistou 43 prêmios, entre nacionais e internacionais. A excelência das cachaças produzidas na Fazenda Recanto, onde fica instalado, resulta numa média de mais de dois prêmios por ano à empresa administrada pelo turismólogo Henrique Tenório.

O Gogó da Ema – junto a outros três alambiques – integra a Rota da Cachaça, mapeada pelo Sebrae e pela Instância de Governança do Agreste.

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Dando sequência e concluindo a reportagem especial: Do turismo religioso à Rota da Cachaça, Agreste diverso busca lugar ao sol, o Alagoas Notícia Boa (ALNB) mostra a trajetória de sucesso de um dos alambiques mais bem avaliados do Brasil.

No V Ranking Cúpula da Cachaça, a empresa emplacou três produtos entre os 50 melhores de todo o país: Baobá Ouro (3° lugar), Gogó da Ema Reserva (23º) e Alquimia (25°), todas na categoria Armazenada / Envelhecida.

Alambique Gogó da Ema possui 43 premiações, média de mais de dois prêmios por ano

O Gogó da Ema foi fundado em 2004 pelo engenheiro civil Waldir Tenório, pai de Henrique. O “nome de batismo” da marca surgiu por sugestão de um amigo pernambucano, uma homenagem ao sinuoso e resiliente coqueiro, cartão-postal da capital, que resistiu bravamente ao avanço do mar até 1955, na praia de Ponta Verde.

“O nome seria Canabrava, mas ficou Gogó da Ema, dando uma identidade alagoana à marca. Quem faz turismo em Maceió, logo conhece a história do Gogó da Ema, contada pelos guias. O lugar era um ponto de encontro, uma referência”, recorda Henrique.

O alambique Gogó da Ema se arraigou no solo agreste de São Sebastião. O ponto de inflexão aconteceu em 2008, quando Valdir voltou a se dedicar exclusivamente à Engenharia Civil e Henrique assumiu a administração da empresa, cuidando, sobretudo, da comercialização e da estruturação da marca. O pai ficou como conselheiro.

O sinuoso Gogó da Ema, na Praia de Ponta Verde, em Maceió (crédito: História de Alagoas)

Foi necessária uma breve e estratégica pausa na produção para voltar, mais à frente, a fazer jorrar a cachaça consagrada que é hoje a Gogó da Ema.

“Eu tinha uma adega, uma loja de bebidas em Maceió, com uma carta de 300 rótulos. Foi aí onde peguei o gosto pelas vendas. De 2008 a 2011, participei de feiras e fiz seis cursos voltados à produção da cachaça, em Minas Gerais e São Paulo”, conta Henrique, que, como turismólogo, possui especialização em atividades ecoturísticas.

“Como já tinha a experiência da loja, resolvi viver de cachaça. Foquei na fábrica, na produção e no desenvolvimento de novos produtos. A loja se transformou no escritório comercial da Gogó da Ema em Maceió”.

Produtos e prêmios

Hoje o alambique possui 15 tipos de cachaças, entre as linhas Gogó da Ema e Oxente, e mais de 20 produtos terceirizados para clientes de São Paulo, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Paraíba e Alagoas. Gera mais de 20 empregos, entre diretos e indiretos.

Do alambique que tem nome de coqueiro sai água que bebem os mercados do Sudeste, Nordeste, Sul e Centro-Oeste.

A “estrela da companhia” é a Gogó da Ema Ouro, envelhecida em barris de bálsamo. A “dourada”, primeiro produto a verter do alambique, já granjeou 10 prêmios: dois nacionais e oito internacionais, nos Estados Unidos, China, Bélgica e Inglaterra.

Alambique possui 15 tipos de cachaças, entre as linhas Gogó da Ema e Oxente, e mais de 20 produtos terceirizados

“Em Nova York, foram dois títulos em concurso, um Duplo Ouro e o ‘The Best Cachaça’, em 2016. A Gogó da Ema Ouro é uma cachaça envelhecida dois anos em tonéis de bálsamo. É uma cachaça macia, encorpada; tem notas cítricas e de anis”, descreve.

Os preços da linha comercial variam de R$ 25 (Oxente) e chegam a R$ 600 (Alquimia – 12 anos).

“A Alquimia é uma cachaça que fica mais tempo envelhecendo. São cinco anos em tonéis de jequitibá, cinco em tonéis de bálsamo e dois em carvalho francês. Ela é totalmente encorpada, mas aveludada: não esquenta, não agride, apesar dos 40% de graduação alcoólica. Tem notas de baunilha, chocolate e aromas frutados do jequitibá e do bálsamo.

Cana deu boa!

A cana utilizada no fabrico da Gogó da Ema é cultivada ali mesmo, na Fazenda Recanto, onde fica o alambique. Por safra, são processadas de 300 a 400 toneladas da matéria-prima e produzidos de 20 mil a 30mil litros de cachaça.

“A cana é colhida e processada em menos de 24 horas para garantir a qualidade do produto, evitar contaminação”, observa Henrique.

O ponto fora da curva, em termos produtivos, aconteceu nesta safra (2022 / 2023), quando foram produzidos 58 mil litros de cachaça. “A cana deu boa!”, comemora.

Henrique ao lado de um dos três tonéis com capacidade para 25 mil litros cada um: envelhecimento

As etapas do processo de produção envolvem a moagem, a padronização do caldo da cana, a fermentação, a destilação, o armazenamento, o envelhecimento em barris, a padronização e o envase do produto. Tudo isso pode ser conhecido no alambique Gogó da Ema, por meio de visitas agendadas.

“O visitante conhece todo o processo de fabricação de uma cachaça de qualidade. Você pode também fechar com as agências de turismo que estão vendendo o pacote. Fazemos aqui uma apresentação de degustação de nossos produtos. Você vai conhecer a cachaça branca, o blend de quatro madeiras e as envelhecidas em madeiras brasileiras e estrangeiras. Você vai aprender muito e, com certeza, se tornar um especialista em cachaça”, convida Henrique.

Empresa gera 20 empregos, entre diretos e indiretos

Serviço

Alambique Gogó da Ema

Endereço: Fazenda Recanto, zona rural de São Sebastião, Alagoas, Brasil

Visitação com degustação: R$ 60,00

Reservas: (82) 99844-8072

Instagram: @cachacagogodaema

Site: https://www.cachacagogodaema.com.br/