Oito municípios que integram da Instância de Governança do Agreste renovaram os certificados de permanência no Mapa do Turismo Brasileiro. Em entrevista ao Alagoas Notícia Boa (ALNB), a presidente da entidade, Evânia Albuquerque, fala da importância desse reconhecimento para atrair emendas parlamentares, investimentos do Ministério do Turismo (MTur) e apoio da Secretaria de Estado do Turismo (Setur) para novas ações e projetos.
“Isso é fundamental para garantir recursos, fortalecer a governança e estruturar melhor o nosso destino — seja em acesso, sinalização, infraestrutura ou capacitação de pessoas”, pontuou Evânia Albuquerque.
No total, a Instância de Governança do Agreste é formada por nove municípios: Arapiraca, Boca da Mata, Campo Alegre, Junqueiro, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, São Sebastião, Teotônio Vilela e Palmeira dos Índios. Este encontra-se com a proposta sob análise para o retorno ao Mapa do Turismo, informa Evânia Albuquerque.
O Mapa do MTur é um instrumento que organiza, identifica e direciona a política pública de desenvolvimento do turismo no país. Seu principal foco é orientar a aplicação de recursos, programas e ações voltadas para o fortalecimento dos destinos.
“Estar no Mapa do Turismo significa acesso a políticas públicas e recursos, além de fortalecer a governança, as rotas turísticas e os projetos em andamento. Sem isso, não conseguimos avançar”, diz.
Regionalização do Turismo
O Mapa do Turismo dialoga e reforça o processo de Regionalização do Turismo, uma estratégia de gestão pública adotada pelo MTur, que em Alagoas conta com a parceria da Secretaria de Estado do Turismo (Setur). O Mapa visa organizar os destinos turísticos em regiões integradas, de acordo com suas características, identidade cultural, vocações econômicas e geográficas.
O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável do turismo e fortalecer a integração entre municípios vizinhos, de forma que se complementem e atuem juntos no desenvolvimento, na promoção e na qualificação dos destinos.
“Se falta hotelaria em Campo Alegre, Arapiraca supre. Isso é regionalização: o que falta em um, se completa no outro”, conceitua Evânia Albuquerque.
Alagoas foi dividido pela Setur em sete regiões turísticas, oficialmente reconhecidas pelo MTur. Cada uma delas é gerida por uma Instância de Governança, formada por representantes das prefeituras, empresários e instituições do trade turístico.
Rotas
No caso do Agreste alagoano, como destacou Evânia Albuquerque, a regionalização fortalece projetos como a Rota da Cachaça e a Rota Indígena, bem como os futuros roteiros em construção: Ecoturismo, Cicloturismo, Turismo Religioso e Turismo Literário.
Um dos maiores sucessos da Instância do Agreste é a Rota da Cachaça, já consolidada nacionalmente e em operação há dois anos.
“Nossas cachaças são reconhecidas internacionalmente. Temos engenhos preparados para receber turistas, mostrar a produção, o artesanato, contar histórias e, claro, oferecer uma boa cachaça”, celebra Evânia Albuquerque.
A Instância de Governança do Agreste está prestes a lançar oficialmente um dos projetos mais inovadores e significativos para o fortalecimento do turismo regional: a Rota Indígena do Agreste.
Ela abrange aldeias e comunidades indígenas dos municípios de Palmeira dos Índios e São Sebastião. Segundo Evânia, a criação da Rota Indígena surgiu a partir da proposta de fortalecimento da regionalização do turismo, olhando além das belezas naturais.
A ideia é transformar cultura, saberes, serviços e história em experiências turísticas sustentáveis, de forma responsável e estruturada.
“Estamos criando um novo produto turístico que não é só lazer, é cultura, é história viva. É desenvolvimento econômico e social para os povos originários da nossa região”, afirmou Evânia.
De acordo com ela, o projeto da Rota Indígena já conquistou prêmio de boas práticas pela Embratur (SGS), destacando-se nacionalmente antes mesmo de ser oficialmente colocado no mercado.
“É um prêmio muito importante para nós, para capacitar as nossas aldeias, as nossas comunidades e os nossos povos originários de São Sebastião e Palmeira dos Índios. Já encerramos toda a etapa de capacitação. Agora estamos na fase de estruturação, pensando em acesso, sinalização, espaços de acolhimento e recepção aos visitantes”, detalha Evânia.
O objetivo é lançar oficialmente a Rota Indígena até o final do ano, após a conclusão das etapas de estruturação física e de promoção digital.
Confira outros projetos em andamento:
- Rota Ciclística e de Ecoturismo
Mapeamento em andamento, com foco no cicloturismo, caminhadas, corridas, cavalgadas e eventos esportivos.
- Rota Literária
Projeto em desenvolvimento para valorizar autores, histórias e a cultura local.
- Rota Religiosa
Inclui o Santuário de Frei Damião, em Palmeira dos Índios, e o Santuário do Coração de Jesus, em Limoeiro de Anadia. Envolve a criação de infraestrutura de apoio como estacionamentos, banheiros e lojas de artesanato.
Vídeo institucional de promoção da Instância de Governança do Agreste
Plataforma digital
A Instância de Governança do Agreste também trabalha na criação de uma plataforma digital e gratuita para divulgar turisticamente a região, seus atrativos, equipamentos de hospedagens e demais empresas turísticas, além de fornecer informações práticas aos visitantes.
“Estamos buscando recursos para montar uma nova plataforma de inovação e tecnologia. Para isso, a gente vai precisar, lógico, de recursos. A ideia é fazer o lançamento até o final do ano”, revela a presidente.
Eventos
A Instância também atua para realizar eventos estruturantes com objetivo de promover o turismo no Agreste alagoano. Dentre eles está o Fórum de Regionalização do Turismo de Alagoas, previsto para os dias 3 e 4 de julho, no Senac de Arapiraca.
Objetivo do evento é fortalecer a regionalização e a governança do turismo no interior de Alagoas.
Estão ainda previstos o Festival Arena dos Engenhos, em comemoração aos dois anos da Rota da Cachaça, em setembro; e a Mostra de Economia Criativa, nos dias 19 e 20 de novembro, com foco em artesanato, culinária e cultura local.
“Estamos trabalhando, firmes, com a fé em Deus, buscando desenvolver cada vez mais o turismo do Agreste, para que nossos munícipes conheçam e valorizem a região e, claro, para que possamos atrair cada vez mais visitantes e investimentos”, finalizou Evânia.