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Assentamento é modelo de desenvolvimento sustentável a partir do crédito rural

Comunidade em São Luís do Quitunde investiu em diversificação da produção e práticas agroecológicas
Assentamento tem se destacado no uso de práticas produtivas com responsabilidade ambiental (fotos: cortesia)

O Assentamento Catucá, localizado em São Luís do Quitunde (AL), Região Norte do Estado, tem se destacado no uso de práticas produtivas com responsabilidade ambiental, a exemplo da utilização de energia fotovoltaica, compostagem e produção agroecológica.

O representante dos produtores, José Roberto Feitosa, aponta o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), contratado com o Banco do Nordeste (BNB), como o ponto de partida para o desenvolvimento dos projetos sustentáveis, que também elevaram os rendimentos das atividades agrícolas.

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Com os financiamentos, foi possível construir uma Casa de Farinha, espaço que funciona como unidade de beneficiamento da mandioca para as mais de 60 famílias assentadas. O crédito também possibilitou a instalação de placas fotovoltaicas para geração de energia solar, que supre a demanda de energia local. Além disso, o descarte dos resíduos oriundos da fecularia é utilizado na compostagem para adubação agroecológica da produção.

“A Casa de Farinha realiza o descarte adequado da manipueira, líquido extraído da mandioca quando ela é prensada no processo de fabricação da farinha, que é nocivo e venenoso à alimentação humana e animal por conter ácido cianídrico”, esclarece o gerente de relacionamento do BNB, Carlos Soares, que acompanha o projeto.

O gestor destaca a importância da visão de José Roberto Feitosa acerca do desenvolvimento sustentável e afirma que, por meio dessas ações, o assentamento conseguiu reduzir os custos de produção e diversificou as atividades.

Crédito rural

Por meio do crédito rural voltado para agricultura familiar, o assentamento Catucá passou a investir também na aquisição de alevinos e pequenos animais, no cutlivo de abacaxi, no plantio de cana-de-açúcar e em benfeitorias, como instalação de cercas e reservatórios para acúmulo de água das chuvas.

“Com o programa, conseguimos ter o nosso próprio sustento. O Pronaf vale a pena e temos como viver e viver bem. Aquela vida inicial ficou para trás”, comentou José Roberto.

Com os financiamentos, foi possível construir uma Casa de Farinha, espaço que funciona como unidade de beneficiamento da mandioca para as mais de 60 famílias assentadas

O assentamento superou a produção manual ao adquirir equipamentos e construir um forno industrial, o que permitiu a produção dos mais diversos sub-produtos da mandioca, como farinha, goma, beiju, fécula, bolos e tapiocas.

José Roberto ressalta ainda que, com os investimentos, conseguiu diversificar a renda e fazer parte do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Governo Federal, garantindo a comercialização da produção.

Condições diferenciadas

O gerente Carlos Soares afirma que as condições de financiamento do crédito rural praticadas no BNB são diferenciadas, em especial as voltadas à agricultura familiar. No caso do assentamento Catucá, os financiamentos foram realizados no âmbito do Pronaf A, destinado a beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF), e do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA).

Para esse grupo, as taxas partem de 0,5% ao ano, com direito a bônus de 40% sobre as parcelas pagas em dia.

“É importante tratar a taxa de juros do campo de forma diferenciada, com a atenção que o Banco do Nordeste proporciona. As condições sociais e financeiras do homem do campo são diferentes das condições do homem da cidade”, concluiu.

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