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Programa Nosso Chão, Nossa História lança campanha para ouvir pessoas atingidas pela mineração

Escuta é um passo crucial para atualizar as demandas de reparação, que estarão refletidas nos próximos editais
ECOA é uma iniciativa de escuta ampliada do Programa Nosso Chão, Nossa História (fotos: Assessoria)

O Programa Nosso Chão, Nossa História lança a campanha ECOA, que convida a população atingida pelo afundamento do solo em Maceió a compartilhar suas demandas e anseios sobre os danos morais coletivos causados pelo desastre socioambiental resultante da mineração da Braskem.

Para participar, basta entrar em contato pelo WhatsApp (82) 98710-4889 e conversar, a partir desta quarta-feira (21), com a IARA, um canal de comunicação especialmente desenvolvido para interagir com a população.

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A ECOA é uma iniciativa de escuta ampliada do Programa e, além do WhatsApp, também contará com a atuação de mobilizadores locais para busca ativa em diferentes bairros da capital alagoana.

O Programa informa que o trabalho de mobilização contribuirá para identificar e localizar a população atingida pelo desastre socioambiental que foi deslocada para outras regiões de Maceió.

Ao dar visibilidade a essas pessoas, o Nosso Chão, Nossa História busca não apenas reconhecê-las, mas também garantir que os projetos de reparação — executados por organizações da sociedade civil — sejam direcionados de forma efetiva a esse público.

Além disso, esses mobilizadores vão auxiliar o acesso à IARA, sensibilizando as pessoas atingidas a contarem suas histórias e percepção em relação à reparação dos danos extrapatrimoniais.

A ação nos territórios tem o objetivo de alcançar quem residia nos cinco bairros afetados – Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Farol e Bom Parto – ou quem atualmente vive em áreas adjacentes, como os Flexais.

Escuta ampliada

Embora o foco esteja na população atingida, durante a ECOA, toda a população de Maceió será convidada a participar da escuta, para falar sobre os impactos do desastre em relação aos danos morais coletivos.

Programa informa que o trabalho de mobilização contribuirá para identificar e localizar a população atingida pelo desastre socioambiental

“É através da escuta das comunidades atingidas, direta e indiretamente, que poderemos aprimorar os trabalhos feitos no Programa, e essa é também uma prioridade do Comitê. Com base nas informações coletadas, será possível desenvolver estratégias de reparação mais direcionadas e eficazes, promovendo um processo de participação cada vez mais contínuo da população no Programa Nosso Chão, Nossa História. Nada sobre nós, sem nós”, destaca a presidente do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE), Dilma de Carvalho.

Ela explica que, ainda que outras escutas já tenham sido realizadas no contexto dos trabalhos de reparação conduzidos pela Braskem, muitos atingidos não se sentiram plenamente ouvidos, especialmente diante da complexidade que envolve os danos extrapatrimoniais.

Esses danos, também chamados de danos morais coletivos, são aqueles que vão além das questões financeiras, afetando emocionalmente, psicologicamente e moralmente as pessoas e as comunidades.

Eles se referem ao prejuízo que afeta a comunidade em seu convívio social, como a perda das relações entre vizinhos, a interrupção dos encontros nas praças durante os festejos, o comprometimento das atividades esportivas, além da diminuição das interações com o meio ambiente e o fechamento de comércios, como o mercadinho que há anos existia no bairro.

O processo de escuta é um passo crucial para atualizar as demandas de reparação, que estarão refletidas nos próximos editais do Programa.

“No ano passado, lançamos a primeira geração de editais e alcançamos resultados positivos nesta fase inicial. Para garantir que os futuros projetos estejam alinhados às necessidades coletivas das comunidades, a escuta é fundamental. A ONU, por meio do UNOPS (Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos), reforça a importância desse processo e está em Maceió nesta missão para operacionalizar essa reparação”, afirma Bernardo Bahia, gerente do Programa pelo UNOPS.

Sobre o Programa 

O Programa Nosso Chão, Nossa História é resultado de ação civil pública representada pelo Ministério Público Federal de Alagoas (MPF/AL), que responsabilizou a Braskem pela reparação dos danos extrapatrimoniais ocorridos a partir do afundamento de cinco bairros de Maceió.

As atividades e os projetos do Programa Nosso Chão, Nossa História são definidos pelo CGDE – um grupo que reúne pessoas da sociedade civil e representantes de instituições públicas, de atuação voluntária.

As ações são operacionalizadas pelo UNOPS. É prevista a aplicação de R$ 150 milhões ao longo de quatro anos, pagos pela Braskem, por meio da implementação de projetos por organizações da sociedade civil, para a reparação de danos morais coletivos.

Serviço

Lançamento – ECOA – Escuta da população atingida

Quando: A partir de 21 de maio

Público-alvo: Pessoas atingidas direta e indiretamente pelo desastre socioambiental causado pela mineração da Braskem

Saiba mais: www.nossochaomaceio.org/ecoa

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