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Prefeitura quer ‘Maceió Inclusiva’ como política pública para a capital

Programa vai reformar vias, prédios e outros espaços públicos para torná-los mais acessíveis às pessoas com deficiência
Programa foi lançado pela Prefeitura de Maceió nessa quinta-feira (4), no prédio da Associação Comercial, em Jaraguá (fotos: Douglas Júnior)

Reformar vias, prédios e outros espaços públicos da cidade para torná-los mais acessíveis às pessoas com deficiência (PCDs). Esse é o objetivo do programa Maceió Inclusiva. A Prefeitura Municipal trabalha para torná-lo uma política pública.

A iniciativa é da Secretaria Municipal da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc), em parceria com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) e Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT).

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O programa foi lançado pela Prefeitura de Maceió nessa quinta-feira (4), no prédio da Associação Comercial, em Jaraguá, numa tarde de representatividade, inclusão e cultura.

O Maceió Inclusiva planeja mapear a cidade para identificar os pontos que precisam ser adaptados. Para isso, uma consulta pública será promovida para elencar os locais prioritários.

“Abriremos uma consulta pública porque queremos fazer essa construção coletiva. As pessoas vão nos dizer quais são os locais que precisam de acessibilidade e o município vai adaptá-los”, garantiu a secretária da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania, Ana Paula Mendes.

Melhorias

Entre as melhorias previstas pelo programa estão: a construção de rampas, a instalação de semáforos acessíveis, sinalização de trânsito em braile, piso tátil e nivelação de faixas de pedestres.

Ainda de acordo com as metas do programa, prédios públicos, como escolas, unidades de saúde e órgãos da Administração Municipal, além do transporte público e estações de ônibus, se tornarão mais acessíveis.

A primeira-dama de Maceió, Marina Candia, participou da solenidade. Ela destacou a importância do programa e de ouvir a comunidade PCD de Maceió para a adoção de medidas assertivas.

“Hoje, temos um prefeito e uma primeira-dama que escutam. Queremos fazer mais e vamos consultá-las para saber o que faremos de melhor”, assegurou a primeira-dama.

Parcerias

A Prefeitura anunciou que vai firmar parcerias com instituições públicas e privadas para a execução do programa com a finalidade de torná-lo uma política pública, ou seja, com o planejamento e ações permanentes.

De acordo com a secretária, o Maceió Inclusiva já foi colocado em prática na reforma do Parque da Mulher, que está sendo adaptado para acolher todos os públicos.

O espaço fica no bairro de Jatiúca e contará com recursos de mobilidade urbana voltados às pessoas com deficiência.

‘Celebrando as Diversidades’

Durante o lançamento do Maceió Inclusiva, a Associação Comercial recebeu exposições e apresentações de artistas com diferentes tipos de deficiência durante o evento ‘Celebrando as Diversidades’.

A bailarina Bibi Amorim tem 26 anos e há 17 se dedica à dança. Cadeirante, ela elogiou a iniciativa da gestão em criar um programa inclusivo como este.

“A dança me completa, me possibilita estar próxima ao público, conhecer mais o meu corpo, ser inclusa. A sensação de dançar é a melhor possível. Estar em um evento como esse, que coloca a deficiência em pauta, que é o meu universo, é ainda mais especial. Sinto-me feliz e honrada”, destacou.

Ela também ressaltou a ‘grande alegria’ que sentia ao conhecer outros artistas com deficiência.

“Muito bom ser vista, ter pessoas tão talentosas quanto eu e ter essa visibilidade. Aqui, estamos sendo abraçados, afinal de contas nós existimos e não somos coadjuvantes, mas protagonistas das nossas histórias”, completou.

A pintora Maria Carolina Monteiro Oliveira, de 22 anos, disse que se encontrou na arte no período da pandemia. Ela lembra que a falta de empatia na infância foi superada graças ao ofício que aprendeu.

Primeira-dama destacou a importância do programa e de ouvir a comunidade PCD de Maceió para a adoção de medidas assertivas

“Sinto que a arte é transformadora e este evento é maravilhoso pela inclusão. Sofri muito preconceito e lembro que quando era criança as pessoas não acreditavam no potencial que tinha. E eram nesses momentos que eu começava a pintar”, recordou.

“Quero transmitir alegria, tranquilidade e resiliência. Que as pessoas encontrem sua voz através da arte”, acrescenta.

O jovem Daniel de Castro, também de 22 anos, é “autista e artista”, como frisa. Amante das esculturas, dos animais e das criaturas místicas, ele faz a sua arte com biscuit e pinta todas elas para expor.

“Faço trabalhos por encomenda também. Desde dos três anos fazia minhas peças com massa de modelar. Gosto também das coisas sobrenaturais, que as pessoas consideram invenção. Avalio que todo mito e lenda têm um fator real”, afirmou.