Coloque-se! O comando pode soar familiar para quem tem 40 anos ou mais. Trata-se do aviso para a batida em direção à meta do Futebol de Mesa ou Futebol de Botão, como é mais conhecida a brincadeira, que em 1988 foi reconhecida como esporte legítimo pelo Conselho Nacional do Desporto. O jogo, as suas regras e o melhor, a prática, podem ser conhecidos na oficina ofertada pelos Botonistas do Clube Carcará, no Shopping Maceió.
O evento foi aberto no sábado (30) e prossegue neste domingo, do meio-dia às 21 horas, em frente ao Kinoplex.
“Estamos fazendo essa oficina pra gente atrair novos jogadores para o nosso grupo. Nossa regra é a de 12 toques e estamos aqui no Shopping Maceió hoje e amanhã, o dia todo, esperando vocês pra gente começar a treinar; e aqueles que já conhecem, resgatar essa prática. Você não paga nada, a oficina é gratuita”, convida o veterano Antônio Setton, integrante do Carcará Futebol de Mesa.
O Clube Carcará tem sede no bairro do Barro Duro, em Maceió, em frente ao Hiper Comercial, sala 16. Os telefones para contato e mais informações são: 82 9 9921-4099 e 99335-3062. A turma também possui Instagram (@carcarafutmesa) e Facebook (carcarafutmesa).
O professor Thiago Lima de Araújo, 40, levou o filho Victor Hugo, de 6 anos, para conhecer o Futebol de Botão, uma das brincadeiras prediletas dele na infância. O professor falou dos benefícios da prática, que vão muito além dos eletrônicos reinantes hoje em dia. Segundo ele, o Futebol de Mesa ajuda na coordenação motora e na tomada de decisão da garotada.
“É uma oportunidade para as crianças vivenciarem um momento lúdico e prazeroso. É uma modalidade que está crescendo no estado e seria interessante que crianças, jovens e adultos participassem e conhecessem um pouquinho mais sobre o Futebol de Mesa”, sugeriu.
Além da prática, a oficina mostra a evolução do Futebol de Botão, cujos primeiros registros no Brasil datam da década de 1920, no estado do Pará. Segundo a Revista Superinteressante, a brincadeira surgiu com o nome de “Celotex”, mesmo material que constituía as mesas em que se praticava o jogo. Este, porém, ganhou popularidade a partir do Rio de Janeiro, se espalhando pelo Brasil.
“A gente começou jogando com esse time que se comprava em banca de revista, em loja de brinquedo. Aí, em seguida, começamos a jogar com time de osso, depois vieram os times com tampa de relógio, que fizeram muito sucesso na época; e hoje a gente joga com esse time que é o argolado e o vitrine, em que você pode colocar o nome (do jogador) ou o adesivo (escudo do clube)”, explica Setton, com propriedade.
Cinco décadas depois, Sidney Wanderley, 70, reencontrou o Futebol de Botão. Foi como andar de bicicleta: ele não desaprendeu. Sapecou uma goleada de 6 a 3 neste jornalista, que vos escreve esta reportagem, praticante do Futebol de Botão na década de 1980.
“Pra mim foi uma surpresa, porque eu joguei quando tinha 16 anos até os 18, por aí. É um tipo de esporte que eu gosto. Estou satisfeitíssimo, porque agora há pouco fiz seis gols!”, comemorou.