Para defender a memória das regiões atingidas pela mineração em Maceió, o Instituto de Arquitetos do Brasil em Alagoas (IAB/AL) inicia, neste sábado (01/06), a oficina “Cartografia Afetiva dos Bairros Afundados: perdas e patrimônios sensíveis”. O objetivo é sensibilizar a sociedade para a preservação histórica e cultural dessas localidades.
A oficina será realizada em três etapas, sendo duas aulas presenciais nos dias 1º e 8 de junho, das 9h às 13h, na N3 Coworking, Parque Shopping, em Cruz das Almas; e uma visita de campo no dia 15 do mesmo mês, em local a ser decidido com os participantes.
As inscrições estão abertas pela plataforma www.sympla.com.br/iabalagoas e podem ser feitas por profissionais e estudantes de arquitetura e outras áreas, fazedores de cultura popular e sociedade interessada.
O presidente do IAB/AL, arquiteto e urbanista Pablo Fernandes, explica que a ação faz parte do projeto Da Gema ao Sal – um ciclo de oficinas de valorização do patrimônio histórico e cultural alagoano, que acontece entre junho e setembro, em Maceió, Arapiraca e Marechal Deodoro.
“São oficinas de capacitação e conscientização, direcionadas à educação patrimonial. Em Maceió, o foco é nos bairros atingidos pelo crime da Braskem. Em Arapiraca, vamos destacar os saberes populares e políticas públicas culturais. Já em Marechal, será um treinamento técnico sobre restauro e conservação de prédios históricos, exclusivo para profissionais e estudantes de Arquitetura e Urbanismo”, diz Fernandes.
O projeto tem co-realização do Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo de Alagoas (CAU/AL) e é executado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, por meio da Secretaria de Cultura do Governo de Alagoas.
Maceió
Em Maceió, a oficina “Cartografia Afetiva dos Bairros Afundados” será ministrada pela arquiteta e urbanista Isadora Padilha, professora universitária, presidente do Instituto para o Desenvolvimento das Alagoas (Ideal) e co-autora do livro Rasgando a Cortina de Silêncios, que traz fatos antes não revelados sobre a exploração desenfreada do Sal-gema.
Isadora explica que os participantes vão aprender sobre o conceito de patrimônios sensíveis e como identificar exemplares materiais e imateriais afetados pelo crime socioambiental.
“É uma ação que busca manter vivos os patrimônios históricos e culturais dos bairros afundados, a fim de que o tempo não apague as memórias. Para que gerações futuras não esqueçam o que houve e defendam a cidade de crimes futuros”, explica Isadora Padilha.
Para o presidente Pablo Fernandes, o projeto Da Gema ao Sal fortalece a atuação do Instituto de Arquitetos do Brasil, fundado em 1921 e que em Alagoas acaba de completar 47 anos de existência no dia 17 de maio.
“É um projeto que busca valorizar o papel social da arquitetura e urbanismo através da defesa de nossa Cultura. Por isso, convidamos toda a sociedade para se juntar ao IAB/AL na defesa desse patrimônio alagoano”, convida Fernandes.
SERVIÇO
Projeto Da Gema ao Sal
O quê: Oficina Cartografia Afetiva dos Bairros Afundados: perdas e patrimônios sensíveis
Dias: 1º, 8 e 15 de junho de 2024
Horário: 9h às 13h
Local: Auditório do N3 Coworking, Parque Shopping Maceió, Cruz das Almas
Informações e Inscrições: www.sympla.com.br/iabalagoas