A Prefeitura de Maceió anunciou, nesta quarta-feira (14), que vai realizar o levantamento de todas as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) atendidas pelo Município. A medida busca integrá-las aos serviços prestados pelas secretarias municipais de Assistência Social, Educação e Saúde, criando uma rede especializada de atendimento.
O anúncio foi feito durante a reunião do Comitê Gestor Intersetorial da Capacitação Alagoas com o secretário de Assistência Social, Claydson Moura.
O encontro definiu três prioridades no atendimento ao autista. A primeira delas é identificar quem são e quantas representam essas pessoas, além de saber onde elas moram e em quais serviços estão inseridas.
O levantamento será feito por meio de um sistema interno de cadastramento, que será preenchido por representantes das três secretarias, já capacitados por meio de um curso finalizado no ano passado.
No curso, 156 servidores receberam orientações sobre como identificar e tratar o Transtorno do Espectro Autista, além de formas de encaminhamento do usuário e da família para a rede de atendimento.
Atualmente, o Município possui em torno de 900 alunos autistas na Rede Municipal de Ensino, identificados pela Secretaria de Educação. Na Assistência Social, são cerca de 800 carteiras do autista confeccionadas, mas poucos estão inseridos no Benefício de Prestação Continuada, segundo dados do INSS.
Com os dados próprios do Município, será possível fazer uma melhor identificação e atendimento a este público.
“O autismo hoje é uma realidade e as pessoas precisam ser diagnosticadas e acolhidas, e quem convive com elas precisa entender o que está acontecendo. Por isso, o serviço público tem sim que dar esse passo para entender melhor e acolher melhor”, destaca o secretário de Assistência Social.
“A Assistência Social, a Saúde e a Educação, junto à Pestalozzi e à Câmara de Vereadores, já começaram uma força-tarefa de integração, para que as pessoas com o Transtorno do Espectro Autista tenham cada vez mais qualidade de vida”, acrescenta Claydson Moura.
Rede de Assistência
A segunda prioridade definida na reunião é implementar a rede de assistência ao autista em dez áreas de Maceió, onde estão localizadas 10 escolas, e próximas a elas, 10 unidades de saúde e 10 unidades de assistência social, para criar pontos de referência ao atendimento inicial às famílias.
E a terceira é dar continuidade ao projeto de capacitação do Município.
“Iniciamos o curso ano passado, e de lá saiu o Plano Municipal da Pessoa com TEA, onde vimos a necessidade de as crianças serem atendidas de forma integrada pelo Município. Precisamos conhecer as pessoas com autismo e integrar os três setores para que favoreçam as políticas públicas”, ressalta a representante da Pestalozzi, Valéria Santos.
“Precisamos capacitar os serviços de assistência e, principalmente, os postos que fazem o primeiro contato com a família. Às vezes as crianças demoram muito para chegar ao serviço especializado, dificultando o processo de diagnóstico”, completa.
Para a representante da Assistência Social no Comitê, Emyr Oliveira, a capacitação dos servidores vai mudar a realidade do atendimento porque acelerará o processo de diagnóstico do autismo.
“Nós, que não somos da Saúde, não vamos tratar, mas identificando, o servidor já consegue fazer um alerta para a família e direcionar para o tratamento”, afirma.