O Instituto Biota de Conservação registrou, na noite dessa quarta-feira (23), em Maceió, a primeira ocorrência de desova de tartaruga marinha desta temporada 2023/24. O fato aconteceu na praia de Jatiúca e, após o acionamento feito pela população, os técnicos da instituição fizeram a medição e a identificação da fêmea por meio de anilhas. Ela voltou ao mar tranquilamente, após a deposição dos ovos.
“O que pedimos é que a população nunca interaja com o animal e nos ligue imediatamente. Vamos avaliar caso a caso e se a desova estiver em risco, mudamos de lugar, mas essa é a última opção”, explica o presidente do Instituto Biota, Bruno Stefanis. De acordo com ele, a tartaruga identificada na praia de Jatiúca é da espécie Oliva (Lepidochelys olivacea).
A organização não-governamental, fundada em 2009, desenvolve ações de resgate, manejo, pesquisa, sensibilização ambiental e políticas públicas para a conservação marinha.
“Nós começamos a registrar as atividades reprodutivas das tartarugas marinhas em setembro de 2011, após relatos de alguns pescadores na praia do Mirante da Sereia. Desde então, temos o registro de 2.851 ocorrências até julho de 2023, sendo a maioria da tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata)”, informou Stefanis.
Temporada reprodutiva
De acordo com ele, a temporada reprodutiva dá-se, comumente, entre os meses de setembro e março, com um pico de registros nos meses de janeiro e fevereiro. A maioria dos registros (cerca de 40%) ocorre no município de Maceió, especialmente na praia do Mirante da Sereia, onde estão concentradas cerca de 64% das desovas da capital.
“Devido à alta densidade de desovas nessa praia, até já propomos a criação de uma unidade de conservação para proteger essa área tão singular (a ARIE das Tartarugas). Além de Maceió, os municípios de Coruripe, Roteiro (Praia do Gunga) e Marechal Deodoro também apresentam um número significativo de desovas em suas praias”, acrescentou.