Mickey, Minnie, Batman, Masha… Personagens de desenhos e filmes infantis acompanham as crianças que fazem tratamento oncológico no acelerador nuclear da Santa Casa de Maceió, por meio das máscaras customizadas fornecidas pela equipe multidisciplinar da Radioterapia do hospital. Os acessórios são utilizados durante as sessões, que duram entre 12 e 15 minutos.
Trata-se de uma forma humanizada e lúdica encontrada pela equipe para acolher os pequenos durante o tratamento.
“Procuramos atender nossos pacientes com muito carinho, fazendo um trabalho personalizado e humanizado. Assim, começamos a ter um olhar mais especial para nossas crianças, que, nesse momento tão difícil, não só para elas, mas também para seus familiares, precisam de um cuidado mais acolhedor”, disse Michele Salustiano, tecnóloga em radiologia, responsável pela confecção das máscaras.
As peças são feitas de material termoplástico (plástico sensível a uma determinada temperatura) e produzidas após serem submersas em água com alta temperatura (aproximadamente 70/80•c).
“Elas são moldadas conforme a anatomia do paciente (rosto/cabeça/pescoço) e confeccionadas no hospital. As máscaras ficam bem justas, o que para alguns pode causar desconforto ou fobias, mas a imobilização da região é necessária para a obtenção do resultado esperado”, explicou a tecnóloga.
Todo o processo começa na tomografia de planejamento, que possibilita a montagem do molde conforme as medidas do paciente. Depois de seco, o acessório recebe a pintura que customiza a peça de acordo com as preferências das crianças ou a de seus acompanhantes, quando são muito pequenas.
“As crianças amam as máscaras, e sempre pedem para, no fim do tratamento, levá-las para casa. Acabam se apegando. Alguns deles se sentem como super-heróis quando estão usando a peça. Isso torna nosso trabalho mais leve diante da grande responsabilidade que é tê-los sobre nossos cuidados naquele momento”, destacou Michele, que atua na equipe há cinco anos.
Máquina
O acelerador linear é um equipamento de alta tecnologia desenvolvido para emitir radiação em tratamentos para combater ou diminuir o desenvolvimento do câncer. Usado na radioterapia, o aparelho trabalha gerando uma forma de radiação ionizante, direcionando para a área onde está localizado o tumor.
Em 2022, a Santa Casa de Maceió realizou a atualização (upgrade) de sua máquina, o que fez o número de sessões, em algumas patologias, cair de 35 para 4 ou 5, garantindo mais conforto e qualidade de vida aos pacientes.