E se a Região Metropolitana de Maceió tivesse metrô, como seria? Para responder a essa pergunta, o estudante Lucas Abreu, de 17 anos, foi além de uma viagem imaginária e pôs no papel o projeto de mobilidade urbana para a capital alagoana intitulado: “Maceió nos Trilhos”.
A inspiração veio da cidade natal de Lucas: São Paulo (SP). Ele mora em Maceió desde 2011, nas proximidades do conjunto Eustáquio Gomes, na Cidade Universitária, e os meios de transporte que mais utiliza são a bicicleta, para distâncias curtas; e o ônibus, para os trajetos mais longos.
“A ideia surgiu do carinho muito grande pela cidade que nasci, que tem uma malha de metrôs e trens urbanos expandida e com amplo atendimento. Pensei como seria se o meu deslocamento, morando em Maceió, fosse tão rápido e fácil como é o da minha terra natal”, revela o estudante, que cursa o 3° ano do Ensino Médio na Escola Estadual Alfredo Gaspar de Mendonça, no conjunto Eustáquio Gomes.
Além do projeto, Lucas fez um vídeo de 2 minutos e 52 segundos mostrando como seriam os avisos sonoros de uma viagem na Linha 1 – Azul do metrô de Maceió, de Lourenço de Albuquerque (Rio Largo) até o bairro de Cruz das Almas.
Sistema metroviário
Conforme o projeto, que ficou pronto em outubro do ano passado, o sistema metroviário pensado por Lucas teria 3 linhas, 57 estações e 128,5km de trilhos.
Lucas descreve que o sistema integrado atenderia as principais demandas de mobilidade da capital e Região Metropolitana, visando tornar o deslocamento da população, que usa o transporte público, mais fácil, rápido, seguro e barato.
“As linhas se estendem pelos pontos mais distantes da capital, fazendo ligações intermunicipais e se conectando com as regiões onde estão concentrados a maior parte dos empregos e do turismo da cidade. Além disso, teríamos uma redução no número de acidentes nas rodovias em horário de pico, um fluxo melhor no trânsito das principais avenidas da cidade e uma menor emissão de gases poluentes”, pontua.
“Também (haveria) uma melhoria significativa na vida da população que reside longe dos seus empregos, dando a ela mais tempo para o descanso, lazer e cuidados com a própria família”, acrescenta.
Linhas
Pelo projeto pensando por Lucas, a Linha 1- Azul Lourenço de Albuquerque > Cruz das Almas atenderia o município de Rio Largo e liga os conjuntos da parte alta de Maceió ao Centro, se estendendo até pontos de grande fluxo próximos da orla marítima, passando por bairros próximos da Lagoa Mundaú e por baixo da Avenida Fernandes Lima.
Faria, ainda, conexão com a Linha 2, no Centro, e com a Linha 3, na UFAL e em Cruz das Almas. Todo o trajeto teria 44,3 km e seria feito em 43 minutos.
A Linha 2 – Verde Benedito Bentes > Marechal Deodoro interligaria os dois bairros mais populosos da capital (Jacintinho e Benedito Bentes) ao Maceió Shopping, Rodoviária, Poço, Centro, Mercado da Produção e Trapiche da Barra.
O trajeto – com 42 km e 40 minutos – seguiria pelo Pontal da Barra até a cidade de Marechal Deodoro. Faria conexão com a Linha 1, no Centro, e com a Linha 3, na Serraria.
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Já a Linha 3 – Vermelha Coqueiro Seco > Ipioca cortaria as outras duas ao meio, ligando Coqueiro Seco, Santa Luzia do Norte e Satuba à parte alta de Maceió, seguindo por baixo da Avenida Menino Marcelo até chegar em Cruz das Almas, finalizando no último bairro do Litoral Norte de Maceió (Ipioca). O trajeto de 44,9 km seria feito em 42 minutos.
Lucas conclui este ano o Ensino Médio e pretende cursar Arquitetura na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Com um olhar crítico, ele cobra melhorias e mais investimentos no transporte público de massa para a Região Metropolitana.
“Maceió hoje tem uma malha ferroviária que se torna disfuncional pra maioria da população residente na cidade. Precisamos urgentemente de melhorias e de avanços significativos para uma convivência melhor com a cidade”, defende Lucas.
Também no ano passado, o designer alagoano Carlyson Oliveira imaginou o funcionamento de um metrô em Maceió, cobrindo os principais bairros da cidade.
