Paciente oncológica em cuidados paliativos, Anerina Lopes, de 22 anos, realizou o sonho de se casar com Nilson, 26. O matrimônio aconteceu na sexta-feira (15) na Capela São Vicente de Paulo, na Santa Casa de Maceió.
A cerimônia e a festa foram possíveis graças a uma corrente de humanização formada pelas voluntárias da Rede Feminina de Combate ao Câncer e por estudantes de Medicina da Liga Acadêmica de Cuidados Paliativos do Cesmac, com o apoio dos Serviços de Humanização e de Oncologia do Hospital da Santa Casa de Maceió.
“Esse momento será inesquecível. Só tenho a agradecer cada uma das pessoas envolvidas, pois desde que iniciei meu tratamento que recebo muita força. Agradeço não só à Rede, mas a minha família que sempre me apoiou desde o começo”, disse Anerina.
O casal se conheceu há pouco mais de dois anos. Diagnóstica com um câncer no maxilar, Anerina já fazia tratamento contra a doença e temia que Nilson não quisesse o namoro.
“Eu disse: ‘não tem problema, eu quero ficar com você. Eu quero cuidar de você. Prometo cuidar de você pelo resto da minha vida’”, contou o noivo.
Os noivos recepcionaram os familiares e amigos no Centro de Estudos Lourival de Melo Motta.
“Eu espera um casamento simples, mas foi muito além. Ver minha filha feliz é gratificante. Ela já passou por muitas coisas e conseguir realizar seu sonho para mim é uma vitória. Ela é uma guerreira”, constatou Maria Izabel Gomes Araújo, mãe de Anerina.
Para o pai da noiva, Cícero Araújo dos Santos, o momento também foi de muita alegria.
“Quando soubemos do diagnóstico foi um momento difícil, de muita dor. Mas ela conseguiu realizar o sonho de todo pai, que é ver uma filha casa”, disse.
Preparativos
Este foi o sexto casamento de paciente de cuidados paliativos realizado pela instituição.
“A Santa Casa de Maceió sempre acolhe esses momentos, ainda mais quando eles têm uma simbologia tão importante. A partir do momento que o paciente paliativo manifesta esse desejo, a Gestão da Linha Oncológica e o Serviço de Humanização trabalham para que ele seja viabilizado e trazer esperança, afinal, esperança é sempre decidir pela vitória”, disse a gestora de Humanização, Taciana Amorim.
“Para nós, esses são milagres que acontecem. Porque é muito amor. Sem amor não faríamos nada disso. É um amor entre a Rede e a Santa Casa, pois sem o apoio do hospital, nada seria feito”, destacou Aidê Tojal, presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Júlia Bonfim, presidente da Liga Acadêmica de Cuidados Paliativos, contou como funciona o trabalho dos estudantes.
“O convite chegou e com ele a necessidade de angariar algumas doações para garantir a decoração e a alimentação e poder fazer uma festa linda. Nosso trabalho é voltado para a oncologia e a geriatria”.