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Cadela resgata e adota gatinha que estava em situação de rua

Mia foi retirada de uma valeta pela cadela Meggy e levada para o lar do casal Eslaine e Max, que mora no Canaã, em Maceió
Meggy e Mia: "É uma relação como se fosse mãe e filha. Elas ficam sempre juntinhas, um vínculo lindo" (fotos: cortesia)

Meggy é uma cadela de 8 anos e que reinava absoluta no lar do casal Eslaine Nunes e Max Oliveira. “Ciumenta”, nunca aceitou outro animal de estimação dentro de casa, tampouco tolerava a aproximação de felinos.

Essa realidade mudou quando Meggy, em uma de suas escapadas, encontrou na valeta que corta uma das ruas do Canaã, em Maceió, uma gata recém-nascida. A cadela a adotou como filhote e a relação de amor tocou o coração de Eslaine e Max.

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“Meggy, às vezes, dá uma escapada e foge pra rua. Ao retornar pra casa, ela voltou com essa gatinha. Trouxe ela segurando pela boca e a deixou na nossa porta. Ficou aguardando meu marido abrir a porta de casa para entrar, deitada próximo a ela”, recorda Eslaine.

O sogro e a vizinha de Eslaine foram testemunhas do resgate da gatinha protagonizado por Meggy, no dia 22 de fevereiro.

“O meu sogro e a vizinha avistaram a Maggie trazendo a gatinha, empurrando com o focinho. A gatinha caiu dentro de um esgoto, porque não sabia andar; e ela a pegou com a boca e a trouxe direto para a porta da gente. O Max ficou sem entender nada, pensando que alguém tinha jogado a gatinha ali”.

Ao abrir a porta, a cadela entrou com a gatinha e, desde então, convivem harmoniosamente. São inseparáveis!

“Ficamos sem reação por ser uma situação bem inusitada e também pelo fato de Meggy ser bastante ciumenta: não se dava bem com nenhum gatinho. É uma relação como se fosse mãe e filha. Elas ficam sempre juntinhas, um vínculo lindo; brincam, dormem…”, cita.

A gatinha que seria encaminhada para adoção agora é o xodó da casa. Já ganhou até um nome: Mia.

“Por minha casa ser pequena, por já ter a Meggy e também achar que, num certo momento, ela poderia rejeitá-la, fizemos um acordo de cuidar até ela ficar mais espertinha; comer bem, para arrumar um lar pra ela. Mas ela acabou conquistando a gente. Elas têm uma relação tão bonita que não me vejo mais separando as duas”, confessa Eslaine.

Para ela, Meggy e Mia têm um importante recado aos humanos.

“Como o animal irracional sentiu que aquela gatinha tão pequena, que não sabia nem andar direito e se alimentar, que trazendo-a para a nossa casa estaria segura, amparada e protegida? É uma lição à humanidade!”, conclui.

Amor e compaixão

A veterinária Carla Loureiro explica que o instinto maternal está presente também nas diversas espécies de animais. Segundo ela, esse instinto pode estar relacionado com o estímulo à produção de hormônios, a exemplo da ocitocina.

“E também a algo que podemos citar como ‘consciente’, como no caso da Meggy, que ao se deparar com um filhote indefeso e em perigo, tomou a ação de resgatá-la e levá-la até a sua casa, onde também tem essa proteção e cuidados”, pontua a veterinária, especialista em reabilitação animal, citando casos em que fêmeas amamentam filhotes de espécies diferentes.

“São os animais nos dando exemplo de amor e compaixão. Mesmo que para alguns não seja consciente, acredito que haja nesses momentos uma atitude real de ajudar o outro, mesmo que não seja da mesma espécie”, avalia.

“Parabéns à família da Meggy, pois se ela levou a gatinha para sua casa é porque ali encontrou abrigo e amor, local seguro para cuidar do seu novo filhote. Não sei se ela já foi mãe, mas nesse momento se criou um vínculo de proteção, cuidado e amor maternal”, finaliza.

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