A Associação de Equoterapia de Alagoas (AEA), em Maceió, é pioneira em Alagoas na utilização desse método terapêutico que utiliza o cavalo em abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação, para o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com transtorno do espectro autista (TEAs).
Os benefícios para pacientes e famílias é notável. Marcela Gonçalo é mãe da Keyla Abreu, de 13 anos, que é atendida na Associação. A filha começou o tratamento no ano passado. E apesar do curto período, ela garante que já percebe grandes evoluções.
“O comportamento dela melhorou muito. Hoje ela faz questão de ir a lugares onde há animais, que ela não ia de jeito nenhum. Ela também melhorou na escola, onde era muito ‘briguenta’. Melhorou com as pessoas, também, de forma geral”, comemora.
Alegre, a própria Keyla confirma os benefícios proporcionados pelo tratamento.
“Melhorou minha coordenação e também minha postura. Eu acho muito importante, essa atividade e tenho gostado muito do que tenho vivido aqui. Melhorei também (no convívio) com os meus pais, que também estão felizes por eu estar aqui”, comenta.
Atendimento
A instituição existe há 25 anos e é composta por uma equipe multidisciplinar, que integra professores de educação física, psicólogos, psicopedagogos e fisioterapeutas. A coordenadora administrativa Drielly Karoline detalha que os pais ou responsáveis interessados em incluir os pacientes no tratamento devem ter encaminhamento médico para participar da atividade.
Após isso, é necessário procurar a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) – com quem a instituição tem convênio – para entrar numa lista de espera, até conseguir a vaga em uma das instituições que oferta a equoterapia. A partir daí, é iniciado um protocolo de atendimento individualizado.
“A partir da chegada do paciente os profissionais de saúde fazem uma anamnese inicial, que define a necessidade dele, o tipo de cavalo e o terapeuta que vai atendê-lo. A partir do sexto mês, a gente já observa como o paciente evoluiu e a gente progride no atendimento. Na primeira etapa, o paciente se aproxima do animal; na segunda observamos se ele completa toda a sessão, sem querer sair; na terceira, iniciamos o trabalho direcionado de acordo com a necessidade particular”, detalha.
Segundo ela, a AEA é filiada à Associação Nacional de Equoterapia, que promove cursos especializados, que vão do básico ao nível de pós-graduação. Todos os terapeutas da unidade têm essa capacitação, o que garante a segurança e o sucesso do tratamento.
Dia Mundial
A psicóloga Clarice Macedo, responsável pela instituição, explica que durante esta semana, haverá atividades alusivas ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo: 2 de abril. As ações vão beneficiar cerca de 200 famílias dos praticantes, que não pagam pelos atendimentos. Cerca de 85% deles são autistas.
“Vamos promover rodas de conversa com os pais e com os responsáveis, durante o atendimento dos pacientes, para esclarecer dúvidas, passar orientações práticas que podem melhorar o convívio e potencializar os resultados do atendimento feito na equoterapia. Vamos, também, ouvir as necessidades de cada um deles, para um atendimento mais direcionado e eficaz. Além disso, ainda faremos a distribuição de brinquedos psicopedagógicos para os pacientes, para proporcionar alegria e uma atividade lúdica, funcional, que poderá ser feita em casa”, esclarece.
O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi criado pela organização das Nações Unidas (ONU) há 15 anos, para ajudar na divulgação de informações para a população e, também, reduzir a discriminação e o preconceito que afetam as pessoas com TEAs.
Apoio
Atualmente a instituição é beneficiada por uma emenda parlamentar, direcionada pelo vereador Siderlane Mendonça, que contribuiu para manutenção dos atendimentos gratuitos de equoterapia.
“Como vereador e representante do povo, me sinto obrigado a atuar, também, em favor das famílias dos autistas. Já conhecia a Associação de Equoterapia de perto e me esforcei para conseguir esse recurso, destinado especificamente a esse atendimento de saúde pública. Fico feliz por ver o quanto a ação parlamentar pode beneficiar diretamente aos pacientes e às famílias, sempre dedicadas no cuidado com eles. O número de beneficiados vai aumentar de 200 para 250. Um crescimento de 25%”, reforça.