O nadador alagoano William Costa, atleta deficiente visual do Programa Sesi Pessoas com Deficiência (PSPCD), foi recebido com festa por familiares, amigos e a equipe do Serviço Social da Indústria (Sesi) nessa segunda-feira (9), no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares.
Ele estava acompanhado do treinador, o professor Pablo Lucini, e trouxe na bagagem uma conquista muito importante, a medalha de bronze que ganhou no nado peito do Campeonato Brasileiro Loterias Caixa.
A competição foi realizada nesse fim de semana, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Somente na natação, foram 289 participantes de todo o Brasil. O alagoano obteve o melhor tempo entre os terceiros colocados da competição, que é promovida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.
Foram cinco anos de treinamento na piscina da Vila Olímpica do Sesi, no bairro da Cambona, até William conseguir esta primeira medalha nacional. Ex-morador de Japaratinga, no Litoral Norte de Alagoas, o atleta do Sesi mudou-se, recentemente, para Maceió, com o objetivo de se dedicar mais ao esporte e chegar ao topo.
Chegada
Na chegada à capital alagoana, os gritos e abraços estenderam a emoção que começou logo após o bronze em São Paulo. William conta que as lágrimas do professor Pablo após a prova foram o alerta de que algo positivo havia acontecido.
“O professor ficou sem palavras, eu falava, e aí ele dizia: – calma, calma! Por perceber ele chorando, eu acreditei que algo de bom tinha acontecido. Ele ficou paralisado, paralisado mesmo. Ele deu uma força tremenda de estar junto comigo!”, afirmou, ao agradecer todo o apoio que recebeu do Sesi para se tornar um medalhista nacional, citando o incentivo dado pela diretora de Segurança e Saúde para a Indústria (SSI) do Sesi, Cláudia Piatti.
O nadador já se planeja para a temporada 2025, que inclui outra competição nacional, graças ao índice obtido em São Paulo.
“Eu venho de um projeto social do Sesi, e há cinco anos tenho batalhado com o apoio do professor. Peguei índice este ano para ir a essa competição e eu não imaginava a estrutura, algo surreal que teve lá no CT Paralímpico. Minha primeira vez competindo com pessoas de alto nível nacional, nível de seleção, de pessoas que participaram da Paralimpíada. Isso, para mim, foi inédito e vou guardar para o resto da minha vida!”, destacou.
O atleta é um dos talentos descobertos e apoiados pelo PSPCD, um programa que se destina a pessoas com deficiência para promover a saúde e a inclusão social sem, necessariamente, ter como foco o alto rendimento.
“Temos um grupo grande e, aí, começam a aparecer os talentos. William é o melhor nadador visual de Alagoas. Ele tem dado um brilho diferente ao nosso programa, que trabalha com auditivo, mental, visual, físico, autista e hemofílico”, disse o professor Pablo Lucini.