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Com proposta sustentável para gestão do patrimônio, alagoana é premiada

Nicolli Albuquerque integrou equipe participante do Ruptura, que reconhece as melhores soluções criativas e inovadoras
Nicolle Albuquerque: "Para mim (o projeto) representa uma contribuição para a UFMG e o patrimônio público (fotos: cortesia)

Egressa da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a engenheira ambiental e sanitarista alagoana Nicolli Albuquerque, 26 anos, integrou uma das equipes vencedoras do Ruptura, evento que reconhece as melhores soluções criativas e inovadoras para problemas atuais e reais, realizado entre os dias 31 de agosto e 3 de setembro, em Belo Horizonte (MG).

O grupo que ela integra propôs uma solução eficiente e sustentável para gestão do patrimônio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Organizado pelo programa ENG200 da Engenharia da UFMG, o Ruptura – em sua 7ª edição – é um evento em formato de maratona com bootcamp (programa de treinamento concentrado em determinado tópico ou habilidade), hackathon (evento intensivo de colaboração e competição) e ideathon (desenvolvimento de ideias criativas para resolver problemas).

A proposta vencedora, apresentada pela equipe de Nicolli, foi o RepassaUFMG: uma gestão de dados eficiente para as práticas operacionais de um campus sustentável.

“Fiquei muito feliz e grata pelo reconhecimento. Faz pouco mais de uma semana que estou vinculada à UFMG. Vim para o evento com foco de que a solução do grupo que eu fizesse parte fosse relevante e consequentemente obtivesse reconhecimento. Para mim representa uma contribuição para a UFMG e o patrimônio público. Sou egressa da universidade pública e meu pai é ex-servidor público. Tenho uma ligação especial de uma vida inteira com o setor”, disse a engenheira ao Alagoas Notícia Boa (ALNB).

A alagoana de Maceió conheceu a Engenharia Ambiental no fim do Ensino Médio. Ela revela que não tinha facilidade com as ciências exatas. Antes de entrar no curso, as áreas que possuía mais afinidade eram humanas e biológicas.

“Abracei o desafio com as exatas e durante a graduação minhas bases iniciais foram a facilidade com comunicação e o interesse por ferramentas de geoprocessamento e linguagens de programação. Participei do LACOS21, Laboratório de Conservação no Século 21, onde tive a oportunidade de estar em um ambiente internacionalizado e participar de alguns projetos de Iniciação Científica envolvendo temas como Caatinga, Uso e Cobertura do Solo, Bacias Hidrográficas e Áreas Protegidas”, recorda.

A proposta vencedora, apresentada pela equipe de Nicolli, foi o RepassaUFMG: uma gestão de dados eficiente para as práticas operacionais de um campus sustentável

Nicolli recebeu menção honrosa no Prêmio MAPBIOMAS com um trabalho que envolve a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais.

“Moro há um ano em Belo Horizonte e hoje estou vinculada à UFMG como aluna especial no Programa de Pós Graduação em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, cursando duas disciplinas. Meu interesse é seguir na área de Recursos Hídricos aliada à comunicação ambiental e análises espaço-temporais”, revela.

RepassaUFMG

Nicolli observa que nos dias atuais existe uma desigualdade de estrutura entre as unidades acadêmicas na universidade. Nesse sentido, algumas conseguem angariar mais recursos que outras e, consequentemente, bens para o bom funcionamento, contribuindo para a permanência do estudante no ensino, pesquisa e extensão.

Ela ressalta que, por outro lado, alguns bens, quando estão em bom estado e não têm mais serventia para um bloco, podem ser transferidos para outro. Acontece que hoje esse processo não é facilitado.

“Geralmente a divulgação é por e-mail; não é ampla. Quando o bem não consegue ser realocado é direcionado a um depósito e vai a leilão. Isso representa uma desvalorização do patrimônio público porque, para acelerar esse processo, o bem é repassado por um valor bem abaixo do mercado e o leilão é um custo a mais para a instituição”, observa.

E é aí que o RepassaUFMG entra.

“A informação fica centralizada em uma plataforma, com fotos e identificação do bem no inventário, diminuindo a burocracia do processo e a possibilidade do item ser leiloado. Dessa maneira, estamos ‘gerindo bem os dados’ em uma ‘prática operacional’ da universidade e promovendo um ‘campus sustentável’ atuando nos três pilares do ESG (do inglês: Environmental, social, and corporate governance)”, explica.

“Com a solução, diminuímos a demanda por produção de novos bens (que acontece quando adquirimos um novo), favorecemos a permanência do aluno na universidade e a produção científica, além de facilitarmos o processo de transferência dos bens, reduzindo os custos para o setor público”, complementa.

Grupo

Além de Nicolli, integram o grupo premiado os estudantes Mayara Leão (Eng. Metalúrgica-UFMG), Guilherme Costa (Ciências da Computação – COTEMIG), Isabela Mendonça (Eng. de Controle e Automação – UFMG) e Victória Dias (Eng. de Produção – UFMG).

“Nosso grupo está muito animado com a solução que desenvolvemos. Vamos refinar a proposta pois o assunto ‘gestão de patrimônio’ é um mundo dentro da universidade e pode ser replicado para outras instituições públicas”, conclui.

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