Alagoas conquistou premiações em duas categorias da Copa Brasileira de Lúpulos, realizada no domingo (21) em Campinas, interior de São Paulo. O produtor rural Aluysio Righety, de União dos Palmares, ganhou duas medalhas de prata nas categorias Triple Pearl e Chinook.
Ele é atendido pelo Sebrae Alagoas na região da Zona da Mata, onde mantém um plantio experimental de lúpulo, uma das principais matérias-primas para a fabricação de cerveja.
“Eu assisti, no programa Globo Rural, um especialista dizendo que era possível plantar lúpulo em qualquer região, não necessariamente em áreas super geladas. Fiz a experiência aqui e plantei 500 pés, o que equivale a 2 mil metros quadrados de oito variedades diferentes. A planta dá duas safras por ano e eu já colhi duas. Mandei analisar em São Paulo e os resultados foram bons, similares aos resultados qualquer outro lugar do Brasil”, comemora.
Ele conta que mandou três amostras para a Copa, uma de cada lúpulo diferente e acabou ganhando duas medalhas de prata.
“Nesta competição foram analisados dois aspectos: o primeiro são os alfa ácidos, que é o que vai dar o amargor à cerveja, um pouquinho de sabor, e o segundo são os aspectos sensoriais, que fazem com que o sabor puxe mais para um maracujá ou uma coisa mais frutada”, explica.
A Copa Brasileira de Lúpulos movimentou o setor, premiando os melhores lúpulos do país em 2023. O evento reuniu 34 produtores de oito estados e do Distrito Federal e foi organizado pela Kalamazoo Natural Solutions, uma empresa-filha da Unicamp, especializada no controle de qualidade para o mercado de lúpulo e atualmente parte da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade, em parceria com a Escola Superior de Cerveja e Malte.
A competição permite que produtores nacionais apresentem seus produtos, valorizando e incentivando o uso do lúpulo brasileiro nas cervejas produzidas no país. No total, 87 amostras de 16 variedades distintas de lúpulo foram analisadas a partir de critérios técnicos e sensoriais na disputa por medalhas.
Apoio
O plantio de Righety ainda é experimental, mas em São Paulo ele percebeu que não está sozinho nessa empreitada. Das 35 fazendas concorrendo, só dez são de grande porte. Ele destaca que o apoio do Sebrae foi fundamental para iniciar sua produção e não se intimidar nesse mercado repleto de grandes marcas de cerveja.
“O Sebrae me apoia nesses quase 40 anos que eu estou na área rural. A instituição oferece treinamentos, consultorias, e sempre que a gente procura por eles tem alguma coisa útil a oferecer. O primeiro 5S Rural, por exemplo, foi feito lá em União dos Palmares há trinta anos. Eu também planto pimenta do reino no município e o consultor que me atende também promove treinamento em melhoria de controle de qualidade”, revela.
Fonte: Agência Sebrae