Três unidades públicas de saúde em Alagoas, que integram a Rede de Apoio Psicossocial (RAPS), oferecem acolhimento humanizado a pessoas com sofrimento ou transtornos mentais decorrentes do uso de álcool e outras drogas. A assistência gratuita é assegurada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Em Rio Largo, no Hospital Professor Ib Gatto Falcão, o atendimento inclui demandas de urgência, além de emergência e internação de baixa complexidade.
Já em Maceió, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Benedito Bentes e do Trapiche da Barra atendem casos de urgência e emergência. Depois de estabilizarem o usuário, se necessário, encaminham-no para unidades de referência. Os três equipamentos de saúde são gerenciados pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC).
No Hospital Professor Ib Gatto Falcão, seis dos 35 leitos de internação na unidade são exclusivos para acolhimento de demandas de saúde mental, o que inclui pacientes com sofrimento ou transtornos mentais devido ao uso de álcool e outras drogas.
Os usuários chegam à unidade regulados por outros serviços de saúde, encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), de forma espontânea ou via pronto atendimento.
“Aqui temos um ambiente clínico com equipe especializada e capacitada para esta atividade. Contamos com um profissional médico psiquiatra, em regime de visitas de rotina, enfermeiro com especialização em Psiquiatria, técnicos de Enfermagem e equipe multidisciplinar composta por profissionais da Psicologia, Serviço Social, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Nutrição”, citou o diretor técnico do hospital, Adriano Scalzer Correia.
“Também ofertamos exames laboratoriais, de Radiologia e eletrocardiograma. Bem como realizamos a testagem da covid-19. Nesse sentido, todos trabalhamos juntos com o objetivo de alcançar os melhores resultados possíveis para o tratamento do paciente e, também, para proporcionar uma melhor assistência aos familiares”, explica o médico.
Humanização
Durante o atendimento na unidade, os familiares também são ouvidos pela equipe e envolvidos no processo de recuperação do usuário. A prática torna o atendimento humanizado, assim como o fato de que a internação leva em conta as necessidades particulares de cada paciente.
“Tentamos durante toda a internação favorecer os pontos fortes do paciente, observando sempre as necessidades que ele mesmo nos apresenta e fazendo o encaminhamento para a rede de apoio. Afinal, a internação não é um processo isolado ou pontual. Ele pode ser uma possibilidade de novos caminhos para o paciente e redirecionamento de vida”, afirma Leandro Lima, enfermeiro de saúde mental no Hospital Professor Ib Gatto Falcão.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), cerca de 35 milhões de pessoas no mundo sofrem de transtornos decorrentes do uso de drogas e necessitam de tratamento.