O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) orientou, nesta quinta-feira, mães de 70 crianças Escola Municipal Pedro Café, no bairro Rio Novo, em Maceió, sobre a importância do reconhecimento da paternidade.
A ação do Núcleo de Promoção da Filiação (NPF), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), se justifica pela constatção de que 70 crianças ali matriculadas estão registradas sem o nome do pai.
De acordo com a coordenadora técnica do NPF, servidora Ana Cláudia Acioli, as palestras e os atendimentos individuais marcam o retorno das atividades do núcleo às escolas públicas da capital alagoana.
Sensibilização dos pais
“Fazemos esse trabalho de ponte para sensibilizar e trazer esse pai. Precisamos que eles entendam a importância do reconhecimento da paternidade, porque isso implica no desenvolvimento da criança”, frisou.
Iasmin da Silva é mãe da aluna Ianna, de 6 anos, e compareceu à reunião com o pai da criança, José Wilson da Silva, para acrescentar o nome dele na certidão da filha do casal
Ela explicou que, quando Ianna nasceu, o pai estava em outro estado e, por displicência dos dois, a certidão não foi alterada antes, de modo que contivesse o nome do pai da criança.
Mãe sem nome do pai na certidão
Iasmin também relatou que que também não possui o nome do pai em sua certidão de nascimento, razão pela qual não quer que aconteça o mesmo com a filha.
“Foi bastante difícil para mim, porque diziam que eu tinha sido rejeitada pelo meu pai. Mas hoje, graças a essa ação, minha filha não vai precisar passar pelo que eu passei”, afirmou Iasmin.
A diretora da escola, Maria Salete Lima, informou que a escola já participa do levantamento há alguns anos e que agora ela foi polo de uma das ações de sensibilização.
Angústria e até bullying
Ela destaca que a equipe de ensino percebe a carência paterna nas crianças, sobretudo, durante as festividades de homenagem aos pais.
“Eles ficam angustiados. Em alguns casos, até sofrem bullying de outras crianças. Então, nós tentamos trabalhar isso, explicando que existem famílias de diversas formas”.
Em julho, o TJAL e a Prefeitura de Maceió assinaram um acordo de cooperação para erradicação dos sub-registros, visando promover acesso aos serviços registrais de nascimento para crianças e adolescentes.