O Instituto Biota de Conservação fez, na tarde dessa terça-feira (26), a soltura de uma tartaruga-de-pente. O animal foi devolvido à natureza na praia de Guaxuma, Litoral Norte de Maceió, nas proximidades do posto do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL).
De acordo com o Instituto, a tartaruga é uma fêmea com 94 centímetros de casco e 83kg. Estava encalhada e foi resgatada após o chamado da comunidade na praia de Tabuba, Litoral Norte alagoano. A equipe de veterinários do Biota avaliou o animal e liberou seu retorno ao habitat natural, uma vez que se encontrava em bom estado de saúde.
“Vale destacar que o chamamento ocorreu após uma ação da Campanha Encalhou 2024 no local e mostra o quanto é importante esse diálogo com a sociedade para a defesa e conservação dos animais marinhos”, destacou o Biota.
Campanha Encalhou 2024
O Instituto Biota de Conservação deu início à edição 2024 da Campanha Encalhou, percorrendo praias de Maceió para orientar a comunidade a ajudar no resgate de animais marinhos. A Federação dos Pescadores de Alagoas, balanças do peixe e órgãos públicos foram alguns dos locais visitados nos primeiros dias da ação.
No ano passado, o Biota registrou 639 animais encalhados em Alagoas, sendo 22 mamíferos aquáticos (golfinhos e baleias), 461 tartarugas marinhas e 156 aves.
“Quando recebemos um chamado de encalhe, checamos a veracidade, pedimos imagens, localização e, com a rede de colaboradores, que são as prefeituras e instituições no litoral, a gente consegue que eles verifiquem se o animal está precisando de alguma ajuda ou suporte até a nossa chegada. Se o animal está em Maragogi, por exemplo, a 200km de distância, e estiver no sol, ele morre. Então, precisamos mobilizar alguns atores para auxiliar até a nossa chegada”, explica o biólogo Bruno Stefanis, presidente do Biota.
Se você encontrar um animal encalhado nas praias alagoanas, entre em contato com o Biota pelo WhatsApp: 82 99115-2944.
“Hoje, mais de 30% dos nossos chamados vêm dessa demanda da população, ou seja, 1/3 dos nossos registros é por acionamento. Infelizmente, a taxa de devolução ao habitat natural é baixa porque são poucos que chegam vivos. Mas mesmo mortos, esses animais servem para subsidiar pesquisas e, consequentemente, políticas públicas. Então, é muito importante termos esses registros de encalhes nas praias de Alagoas”, conclui Bruno.
Quando o animal está vivo, o Biota faz o resgate e leva para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), na sede da instituição, onde é feito todo o tratamento com a equipe de veterinários até que a espécie possa voltar ao habitat natural.