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Solidariedade e alegria: Sorriso de Plantão celebra 21 anos

Desenvolvido por meio de parceria entre a Uncisal e a Ufal, projeto atua em seis unidades hospitalares do estado
Projeto de extensão conta, atualmente, com 94 integrantes ou “palhaços de hospital”, como são mais conhecidos (fotos: Ascom Uncisal)

Nesta segunda-feira (27), o projeto Sorriso de Plantão celebra 21 anos de atuação. A iniciativa, desenvolvida em parceria pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), leva solidariedade e diversão para seis unidades hospitalares do estado, atuando de forma complementar aos tratamentos convencionais.

O projeto de extensão conta, atualmente, com 94 integrantes ou “palhaços de hospital”, como são mais conhecidos. Entre as atividades desenvolvidas estão momentos de leitura, doação de brinquedos, festas em datas comemorativas e momentos de musicalização. Tudo com a proposta de transportar os pacientes para um ambiente cada vez mais humanizado, capaz de amenizar um pouco o sofrimento vivenciado.

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A professora da Uncisal e coordenadora do projeto de extensão, Maria Rosa Silva, explica que o Sorriso de Plantão nasceu em 2002, inspirado nos palhaços de hospital de São Paulo: os Doutores da Alegria.

Inicialmente, o projeto era restrito aos estudantes do curso de saúde da Ufal, mas, aos poucos, foi se abrindo para os estudantes de outras universidades – inclusive para estudantes de faculdades particulares.

“O projeto surgiu por iniciativa do professor Cláudio Soriano, que hoje é o representante do núcleo de extensão da Ufal no projeto. À medida que ganhou proporção, foi sendo ampliado e passou a contar com a participação de integrantes de outras instituições”, afirma Maria Rosa Silva, coordenadora do projeto de extensão.

“Estou no Sorriso de Plantão desde o ano de 2003. Entrei no meu primeiro ano de graduação e sigo até hoje. Fiquei os cinco anos da graduação. Depois, me especializei nessa área do riso, em Recife. Voltei para Maceió e passei a atuar na Uncisal. Em seguida, fiz mestrado e doutorado nessa área, sempre buscando integrar essa temática de palhaço no contexto hospitalar, contribuindo como um método que vem complementar o tratamento terapêutico convencional”, acrescenta.

Os palhaços atuam no Hospital Prof. Alberto Antunes, conhecido como Hospital Universitário; no Hospital Geral do Estado; no Hospital Hélvio Auto; no Hospital Santa Casa, unidade Farol; no Hospital da Criança; e no Hospital Metropolitano.

Projeto transformador

Integrante mais antiga em atividade, a terapeuta ocupacional Débora Santana conta com orgulho sua trajetória no Sorriso de Plantão. Há 10 anos, ela passava a fazer parte do projeto que a acompanharia também na residência multiprofissional e até mesmo no mestrado, resultando não apenas em troca de experiências com os pacientes, mas também em trabalhos científicos e em artigos acadêmicos.

“Não imaginava, inicialmente, que o projeto seria tão transformador para a minha formação profissional e para minha formação pessoal. Durante toda a minha graduação, permaneci no projeto como integrante, atuando no Hospital Universitário. Depois que me formei, entrei na residência multiprofissional. Em seguida, ingressei no mestrado profissional. Sem dúvidas, o projeto me trouxe esse desejo de estudar”, ressalta Débora Santana.

Para a terapeuta ocupacional, no entanto, o Sorriso de Plantão proporciona vivências que vão muito além da formação acadêmica.

Sorriso de Plantão abre inscrições anuais e, por meio de entrevistas, seleciona os novos integrantes

“Tive a oportunidade de vivenciar e aprender com os pacientes atendidos ao longo desses anos. Muitas vezes a gente acredita que está indo contribuir, aliviar o sofrimento dessas pessoas. Mas pude desenvolver no projeto a capacidade de humanização em saúde na prática”, complementa.

O estudante de enfermagem Antônio Maurício explica que conheceu o Sorriso de Plantão durante a Semana do Calouro da Uncisal e que começou a atuar no projeto em 2019, no Hospital Rodrigo Ramalho.

“Foi uma experiência desafiadora, porque era uma nova vertente, de oncologia para adultos. Nós não tratamos o paciente como criança, mas trazia a criança anterior de cada um deles. Era um hospital muito musical”, conta.

“A experiência do projeto fez com que eu me aproximasse mais dos pacientes, não só como profissional. Como palhaço, crio empatia, porque o fato de estar fantasiado de palhaço me aproxima desse paciente. Lógico, que, para exercer essa função, a gente passa por capacitação. Mas os palhaços de hospital conseguem quebrar um pouco a formalidade da relação”, acrescenta.

Seleção 

Para ingressar no projeto, os interessados passam por uma seleção, realizada anualmente, onde criam um personagem e uma área de atuação para interpretar nas visitas.

O Sorriso de Plantão abre inscrições anuais e, por meio de entrevistas, seleciona os novos integrantes. Para saber as datas em que ocorrem essas seleções, os interessados devem acompanhar o perfil do grupo no Instagram (@sorrisodeplantao).