Crianças em tratamento, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e internadas no Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), vão poder dar seguimento aos estudos por meio do projeto piloto da Classe Hospitalar.
A iniciativa deve promover cerca de 100 atendimentos por mês e busca garantir a continuidade da educação durante a internação de pacientes, oferecendo atendimento pedagógico-educacional.
A Classe Hospitalar é resultado da colaboração entre o Centro de Educação (Cedu) da Ufal, a Secretaria Estadual da Primeira Infância de Alagoas (Secria), a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e o Hospital Universitário.
De acordo com o HU, integrante da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o intuito do projeto da Classe Hospitalar é fortalecer a integração entre educação e saúde, permitindo que alunos em tratamento, atendidos pelo SUS, continuem o desenvolvimento estudantil.
Além disso, busca proporcionar um suporte psicossociopedagógico significativo, integrando os alunos às atividades escolares, à família e aos demais presentes no ambiente hospitalar.
O HU lembra que já realizava reforço escolar, mas com a Classe Hospitalar esse estudo deve ser reconhecido pela escola de origem, sendo realizado por meio de um profissional da pedagogia cedido pelo Estado.
“A importância desse momento é imensa. Nós estamos vivendo um momento histórico no estado de Alagoas, o de realizar, em conjunto, esse sonho de permitir que as crianças não percam seu conteúdo escolar no período em que estão internados”, disse o superintendente do HU, Célio Rodrigues, durante o curso de formação tecituras da Classe Hospitalar.
Curso de formação
O curso teve o objetivo de capacitar professores da Classe Hospitalar da Seduc, alunos do Cedu e profissionais das clínicas pediátricas do HU, Hospital Geral do Estado (HGE) e Hospital da Criança para a realização das atividades nas instituições.
De acordo com a secretária de Estado da Primeira Infância de Alagoas, Márcia Gonçalves, este curso está oportunizando conhecimento para quem atua com essas crianças dentro dos hospitais, mas também está sendo pensado na extensão para os professores que estão nos municípios e vão receber esses alunos.
“Esta é uma ação para garantir a efetivação do direito da criança a partir de um trabalho compartilhado e isso é extremamente significativo para que ela possa ter a garantia de estar em tratamento de saúde, mas prosseguir durante seu percurso escolar com a condição necessária para se desenvolver integralmente conforme a necessidade”, reforça.
Nos dois dias de capacitação foram abordados temas como introdução à classe hospitalar, biossegurança, o cuidado à criança com doença crônica em situação de hospitalização, ética em saúde, humanização na hospitalização infantil, introdução à Tanatologia, além da realização de uma oficina sobre a arte de contar história.