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Professora do Campus Ifal de Batalha desenvolve Ketchup à base de beterraba

Produto já recebeu o depósito de patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial; desafio agora é ganhar o mercado
Ketchup à base de beterraba foi desenvolvido no laboratório de processamento do Campus Batalha (fotos: divulgação)

A professora do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Campus Batalha, Danielle Martins, desenvolveu um tipo de ketchup feito à base de beterraba. Mais nutritivo e com custo de produção reduzido em comparação ao convencional, o molho de origem chinesa, popularizado nos Estados Unidos e incrementado em Alagoas já recebeu o depósito de patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O desafio agora é ganhar o mercado.

“O próximo passo agora é o interesse de alguma indústria de alimentos. E eu estou à disposição para propostas”, disse Danielle Martins ao Alagoas Notícia Boa.

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O Ketchup à base de beterraba foi desenvolvido por Danielle Martins em conjunto com os pesquisadores Elisabete Piancó de Sousa e Emanuel Neto Alves, ambos do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). A ideia surgiu diante da resistência do filho da professora em consumir beterraba, rica em proteínas, vitamina A, B1, B2, B5, C, potássio, sódio, fósforo, cálcio, zinco, ferro, manganês e fibras.

“Eu gostaria que meu filho inserisse a beterraba na alimentação, mas ele tinha resistência, então como gosta muito de Ketchup, eu fiz um produto misto com três porcentagens diferentes, uma mistura de polpa de tomate e polpa de beterraba, onde adicionei, em uma formulação, 25% de beterraba, na outra 59% e na outra, 75%, e realizei análises laboratoriais”, explicou.

Como o preço do quilo do tomate já chegou a R$ 10, mais que o dobro da beterraba, outra vantagem é o custo de produção, que pode ficar abaixo em comparação ao convencional.

“Se a beterraba estiver mais barata do que o tomate, economicamente valeria muito a pena, super viável”, observou.

A professora explica que, de acordo com a resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Katchup é um molho preparado a partir do tomate, mas que pode ser adicionado a outros produtos sem tirar as suas características.

“Eu decidi usar a beterraba porque é uma hortaliça rica em antioxidantes, super nutritiva e que não é aproveitada pela indústria. Geralmente ela é consumida de forma in-natura: crua ou cozida, não é aproveitada no processamento da obtenção de alimentos pela indústria alimentícia”, destacou.

Produto foi desenvolvido por Danielle Martins, em conjunto com os pesquisadores Elisabete Piancó de Sousa e Emanuel Neto Alves, ambos do IFRN

E se o leitor ficou curioso sobre o sabor, aí vai uma informação importante, que deixará os fãs de Ketchup com água na boca. De acordo com Danielle, o resultado do experimento foi um molho com alta qualidade e sabor diferenciado.

“No Ifal Campus Batalha ocorre anualmente um evento chamado Mostra de Ações Multidisciplinares, estilo uma feira de ciências. Nessa mostra, a gente expôs o produto para degustação e ele foi muito bem aceito por todas as pessoas: jovens, adultos e idosos”.

Desenvolvimento

O Ketchup à base de beterraba foi desenvolvido no laboratório de processamento do Campus Batalha. Já as análises químicas foram realizadas em parceria com professores do IFRN, Campus Pau dos Ferros.

Após ser apresentado na Mostra Multidisciplinar do Campus Batalha, em 2019, o produto foi submetido e aprovado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibit) e, em 2020, apresentado no 7º Encontro de Inovação, Tecnologia e Iniciação Científica (Eitic), no Ifal.

Em paralelo, passou a ser acompanhado pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), para o processo de patenteamento no Inpi. Após o depósito, o pedido passa por um exame formal no Instituto.

Lá, um especialista na área da patente precisa ter condições de recriar/refazer/construir o objeto da patente tão somente com os documentos informados quando do depósito da patente. Caso aprovado pela instituição, será realizado o deferimento e após dois meses a concessão da carta patente.

Com informações da Ascom Ifal