Os estudantes do curso de Letras da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Felipe Neves e Ienmily Araújo criaram uma empresa que oferta serviços de audiodescrição e consultoria em acessibilidade digital: o “Pra Ver Ouvir”. A iniciativa nasceu a partir do projeto para produzir dados científicos destinados ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Eles criaram um e-mail, um perfil no Instagram e um canal no Youtube para produzir e acessibilizar conteúdos visuais. Em pouco tempo, a dupla fez audiodescrição de livro, filme, festival, obra de arte, conferência, missa, entre outros materiais. Foi aí que surgiu a ideia de profissionalizar.
“Pra Ver Ouvir, é isso! Audiodescrição pra ver: ver com os olhos, ver com o ouvido e ver com a mente. Audiodescrição para ouvir: ouvir por meio do equipamento e por meio da palavra, escrita, oralizada ou sinalizada”, explicou Felipe, que é cego e desde 2019 atua nas capacitações em audiodescrição para professores da graduação e bolsistas do Núcleo de Acessibilidade (NAC).
Em 2022, ele foi o primeiro pesquisador cego a ganhar o título de Excelência Acadêmica com uma pesquisa em Audiodescrição Científica realizada nos programas Pibic e Pibiti.
Em 2023, foi premiado com Melhor Audiodescrição no 8º Festival VerOvindo, em Recife; e, no mesmo ano, laureado em 1º lugar no concurso de ideias e pesquisas inovadoras da Sinpete com o projeto de audiodescrição científica “Labparatodos”.
A Audiodescrição é um recurso de acessibilidade comunicacional que traduz imagens em palavras. Essas palavras podem ser escritas, oralizadas e sinalizadas.
Pesquisadores
Atualmente, Felipe é artista da palavra, audiodescritor consultor, consultor em acessibilidade digital, formador em AD, formando em Letras–Português pela Ufal, gestor da Pra Ver Ouvir, pesquisador no campo da tradução visual e realizador de videopoema.
Já Ienmily Araújo é estudante de Letras-Português pela Ufal, audiodescritora e pesquisadora no campo da Acessibilidade Comunicacional. Já acessibilizou livro, filme, revista literária, eventos e materiais para redes sociais.
Além disso, ela já ministrou palestras e oficinas para estudantes da rede estadual de ensino e licenciandos de cursos superiores, dialogando sobre caminhos e possibilidades para aplicação de práticas didáticas inclusivas por meio da audiodescrição; inclusão, acolhimento e acessibilidade cultural.
Desde 2022, Ienmily desenvolve e pesquisa trabalhos sobre audiodescrição poética e as percepções das pessoas com deficiência visual enquanto espectadores e usuários do recurso.
Ela participa Labparatodos, projeto pioneiro de audiodescrição científica e dirige a Pra Ver Ouvir. Mais informações sobre o projeto no perfil @praverouvir, no Youtube ou pelo e-mail: [email protected]