Maceió, AL

30°C
Clear sky

Pesquisa investiga potencial do quiabo no tratamento contra o câncer

Estudo desenvolvido na Ufal recebeu menção honrosa do 54º Congresso da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental
Trabalho premiado é resultado das atividades da linha de pesquisa Imunofarmacologia do Câncer (foto: Ascom Ufal)

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) está ampliando os estudos sobre o efeito antitumoral da espécie Albemoluschus esculentus, conhecida como quiabo. A pesquisa indica que o extrato obtido a partir da chamada ‘baba’ da planta pode reduzir o crescimento do tumor e aumentar a taxa de sobrevivência.

Com o título “Extrato aquoso obtido de Abelmoschus esculentus (L.) Moench possui efeito antitumoral no modelo murino de tumor de Ehrlich ascítico”, o trabalho desenvolvido na Ufal recebeu menção honrosa na seção Cancer Pharmacology, durante o 54º Congresso da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental.

PUBLICIDADE


PUBLICIDADE


O trabalho premiado é resultado das atividades da linha de pesquisa Imunofarmacologia do Câncer. Nessa área de concentração, avalia-se o potencial antitumoral de substâncias puras, de materiais obtidos a partir de produtos naturais e nanotecnológicos, e busca-se agregar conhecimento ao que se sabe sobre as propriedades farmacológicas dos materiais testados, neste caso, o extrato obtido a partir do quiabo.

“Nosso trabalho contribui avançando nas informações sobre o efeito antitumoral desta espécie em um modelo experimental murino. Mais ensaios precisam ser realizados e estamos estruturando o artigo, destacando o efeito do extrato em reduzir o crescimento do tumor, aumentar a taxa de sobrevivência, e alguns alvos envolvidos em mostrar como o extrato faz seu efeito”, explica a professora do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) da Ufal, Jamylle Ferro.

Além dela, assinam o artigo Tayhana Priscila Medeiros Souza, Julianderson de Oliveira dos Santos Carmo, James Henrique Almeida, José Yago Rodrigues Silva, Severino Alves Júnior e a estudante de Ciências Biológicas Everlaine Leite Estevam dos Santos, que recebeu a premiação. A discente de iniciação científica desenvolve atividades no Laboratório de Biologia Celular (LBC) sob orientação de Jamylle Ferro.

O trabalho reconhecido durante o 54º Congresso da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental, realizado em outubro deste ano, é fruto de uma parceria exitosa coordenada na Ufal pela professora Jamylle Ferro em parceria com o professor Severino Alves Júnior, do Laboratório de Terras Raras (BSTR) do Departamento de Química Fundamental (DQF) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O estudo conta com a participação do docente José Yago Rodrigues, também vinculado ao DQF-UFPE. Os projetos realizados nesta temática na Ufal possuem, ainda, a colaboração fundamental da professora Ivone Antônia de Souza, do Departamento de Antibióticos da UFPE.

“Neste projeto em específico, buscamos ampliar os estudos sobre o efeito antitumoral da espécie Albemoluschus esculentus, conhecida como quiabo. Então, estudamos como o extrato obtido a partir da chamada ‘baba’ do quiabo exerce seus efeitos antitumorais”, explica Jamylle.

A docente conta que já há dados disponíveis na literatura mostrando que extratos obtidos a partir do quiabo possuem efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e antiproliferativos.

Esperanças

Com elevadas taxas de incidência e de mortalidade em todo o mundo, são grandes as expectativas em torno de qualquer possibilidade de cura para o câncer. Ao falar sobre as esperanças de tratamento que a pesquisa realizada na Ufal pode apontar, a professora e a estudante Everlaine Leite ressaltam a importância da continuidade das investigações.

Elas lembram que a literatura tem mostrado que cerca de 60% dos medicamentos atualmente utilizados para o tratamento do câncer foram desenvolvidos a partir de moléculas encontradas na natureza, ressaltando a importância das pesquisas científicas no tema.

As pesquisadoras falam ainda que a resistência que muitos pacientes demonstram aos quimioterápicos também deve ser considerada na busca de novos medicamentos para o tratamento do câncer.

“Nossa pesquisa busca contribuir neste ponto, encontrando nas plantas medicinais substâncias que possam ajudar no tratamento, com boa eficácia e baixos efeitos colaterais”, esclarecem as pesquisadoras, ao defenderem a necessidade de mais investimentos para o setor.

PUBLICIDADE