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Paraty recebe exposição inédita da artista alagoana Tânia Pedrosa

Mostra será realizada na Galeria André Cunha, no Minimuseu de Arte Naïf (Miman); abertura acontece neste sábado (15)
Pinturas de Tânia se destacam pelas cores majestosas e pelos desenhos de traços simples, carregados de um universo simbólico nordestino (fotos: divulgação)

A artista alagoana Tânia de Maya Pedrosa, premiada pintora de arte naïf com obras em salões de arte, museus, galerias e bienais no Brasil e na Europa, será homenageada por ocasião dos seus 90 anos, com a exposição “Das Lagoas ao Imaginário Popular”.

A mostra será realizada na Galeria André Cunha, no Minimuseu de Arte Naïf (Miman), no Centro Histórico de Paraty (RJ). A abertura acontece no próximo sábado (15), a partir das 9 horas, e vai até 20 de agosto. O encontro vai reunir artistas naïfs de todas as regiões brasileiras, em uma programação que inclui cultura, diversão e arte.

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“A ideia da homenagem à Tania Pedrosa foi da artista mineira Parísina Ribeiro, da cidade de Diamantina, também uma grande artista. Então pensamos em fazer algo diferente: a biografia de Tânia pintada e bordada por 46 artistas naïf inspirados na vida dela. Certamente será uma exibição cultural de grande valor artístico”, detalha André Cunha, artista visual naïf e diretor fundador do Miman, explica.

Programação

A abertura terá como cenário a Praça da Matriz da cidade fluminense, com trabalhos e oficinas ao ar livre, com destaque para a criação de bordados em caixinhas de fósforos, pelas artistas Parísina Ribeiro e Marisa Silva.

À noite, um coquetel vai marcar a abertura das exposições “Das Lagoas ao Imaginário Popular – 90 anos de história”, e “Cidades Históricas – patrimônio e bordados em caixas de fósforos”, na galeria do Miman.

A artista

Tânia de Maya Pedrosa nasceu em outubro de 1933. Aprendeu piano com sua mãe Benita Mathilde de Maya, professora e pianista que cultivava a música clássica. Com seu pai, Paulo Pedrosa, empresário e pioneiro ecologista alagoano, herdou o amor à natureza.

Formada e pós-graduada em Direito, Tânia desde cedo se dedicou aos estudos da arte e da cultura, interesse que se acentuou com a convivência com amigos, como Aurélio Buarque de Holanda, Lêdo Ivo, os professores Viola e Ignacy Sachs e o arquiteto-paisagista Roberto Burle Marx.

Era em um quarto nos fundos da casa e com o portão fechado que Tânia pintava timidamente suas telas, até que o amigo Lula Nogueira, também artista plástico, conhecendo seu acervo, instigou a artista a expor seus trabalhos em 1998.

Prêmios

Neste mesmo ano recebeu o Prêmio Aquisição, da Bienal Naïf do Brasil, realizada em São Paulo. Na edição seguinte, em 2000, recebeu o Prêmio Destaque e, em 2006, mais uma vez, o Prêmio Aquisição, além de outras premiações em sucessivas edições da Bienal e reconhecimentos no Brasil e no exterior.

Seus quadros percorreram o mundo e foram expostos em galerias, museus e coleções, como a Galérie Pro Arte Kasper, na Suíça; o Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil (MIAN), no Rio de Janeiro; a Representação da Unesco no Brasil, em Brasília; o Centre Régional d’Art Contemporain, na França; o Musée de la création Franche e o Musée des Beaux Arts, ambos na França.

Tânia: “Gosto sempre de lembrar que o que faço é escrever com os pincéis”

As pinturas de Tânia se destacam pelas cores majestosas e pelos desenhos de traços simples, carregados de um universo simbólico nordestino, com referências às crendices populares e tradições religiosas, sendo ela uma cronista que interpreta e transpõe para as telas a realidade em que vive e respira.

“Tenho muito orgulho que minha obra seja considerada naïf, mas gosto sempre de lembrar que o que faço é escrever com os pincéis. E, por meio deles, construir uma memória visual da paisagem e de um modo de vida popular brasileiros, um jeito simples de viver. Isso é o que realmente importa”, descreve Tânia Pedrosa.

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