Dados do censo mais recente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apontam que o número de pesquisadores ligados a grupos de pesquisa oficiais nas instituições de ensino superior no estado saltou, entre 2016 e 2023, de 2.743 para 10.736, impressionantes 291%.
Os números foram divulgados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) no sábado (15), Dia Estadual do Pesquisador Científico. Para efeito de comparação, a média de crescimento nacional entre 2016 e 2020 foi de 24%, apontou a instituição.
Ainda de acordo com o levantamento, entre 2014 e 2016, o número de pesquisadores ligados a grupos de pesquisa oficiais nas instituições de ensino superior no estado subiu de 2.291 para 2.743, ou seja, 452 a mais em 2 anos, num crescimento de aproximadamente 20%.
Quanto a pessoas com doutorado, o estado possuía 1.364 em 2014, 1.631 em 2016 e 7.444 em 2023. O crescimento no último extrato é de 356%.
Universidades
A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) contava com 352 grupos de pesquisa registrados no CNPq em 2024. Em 2023, o número havia subido para 428, refletindo o apoio aos programas de pós-graduação no estado, públicos e privados, compostos por cursos de mestrado e doutorado.
Os resultados são ainda mais significativos quando se fala nas universidades estaduais. A Uneal saiu de 29 grupos de pesquisa em 2014 para 89 em 2023. Enquanto isso, a Uncisal evoluiu de 12 para 34 grupos de pesquisa oficiais, no mesmo período.
Ao todo, o número de grupos de pesquisa no Ensino Superior Público Estadual em Alagoas evoluiu de 41 para 183.
Decisão política
Para o professor Fábio Guedes, que preside a Fapeal desde janeiro de 2015, “as políticas públicas de CT&I de Alagoas têm se destacado na última década”.
Ele afirma que o avanço é resultado de uma decisão política no nível governamental, aliada a planejamento estratégico, à garantia de recursos financeiros, a um ambiente institucional favorável, e à atuação de equipes altamente qualificadas, tanto na Fapeal quanto na Secti.
“O governador Paulo Dantas tem dado prioridade à área e se mostra plenamente satisfeito com os resultados alcançados em seu governo no campo da ciência, tecnologia e inovação. Por esses motivos, acreditamos que investir nessas áreas é um caminho sem volta. Então, parabéns aos pesquisadores e pesquisadoras por saberem explorar tão bem o momento que Alagoas passa”, comemorou o gestor.
Desempenho
O fortalecimento da ciência em Alagoas tem um impacto visível inclusive no mundo dos negócios e empreendedorismo. O estado teve o melhor desempenho do Nordeste quanto ao investimento para inovação, passando da última posição do país em 2014 para o 21º lugar em 2024, de acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
“Com o crescimento expressivo do número de pesquisadores e doutores, nosso estado passou a gerar mais inovação, impulsionando empresas e startups”, observa a coordenadora científica de projetos especiais e inovação da Fapeal, Juliana Khalili.
O número total de instituições que possuem grupos de pesquisa listados no diretório do CNPq, em Alagoas, subiu de 8 em 2014 para 34 em 2023, passando a incluir também os setores governamentais estadual (7) e federal (4), os setores empresariais públicos federais (3), estadual (1) e outras instituições privadas sem fins lucrativos (1).
Em 2016 não havia nenhum grupo de pesquisa registrado no Setor Governamental Público Estadual. O aumento para 7 tem a ver com ações intencionais da Fapeal no sentido de induzir a academia a pensar, também, soluções para o executivo estadual.
A Fapeal é órgão vinculado à Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti). Em 2023, o governador Paulo Dantas destinou R$ 200 milhões de investimentos para a área.
Até setembro de 2024, mais de R$ 61,5 milhões já tinham sido direcionados a ações públicas da Secti e Fapeal. Os dados do CNPq, para filtragem por região e estado estão disponíveis neste link.