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Grupo hoteleiro estabelece parceria com Biofábrica para recuperação de corais em Alagoas

Iniciativa da Amarante prevê volume de cerca de 2 mil recuperações e transplantes nas piscinas naturais de Maragogi
Iniciativa acontece por meio do Programa Amarante Sustentável, a partir de restauração e revitalização de corais para mitigar impactos das mudanças climáticas (fotos: divulgação)

O Grupo Amarante, que administra o Salinas Maragogi, Salinas Maceió e Japaratinga Lounge Resort, no Litoral Norte de Alagoas, firmou parceria com a startup de biotecnologia e restauração dos ecossistemas Biofábrica de Corais. É a primeira vez que uma rede hoteleira do Nordeste investe na recuperação desses organismos ameaçados, sobretudo, pelo branqueamento provocado pela elevação das temperaturas marinhas.

De acordo com a empresa, a iniciativa acontece por meio do Programa Amarante Sustentável, a partir de restauração e revitalização de corais para mitigar impactos das mudanças climáticas.

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Os esforços, com metas ambiciosas e estratégias a serem cumpridas no curto e longo prazo, contemplarão mais de 2.000 corais recuperados e transplantados, inicialmente nas piscinas naturais de Maragogi, no Litoral Norte em Alagoas, e integrante da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, maior unidade de conservação marinha e costeira do Brasil.

“Atualmente, temos cerca de vinte pessoas no grupo de trabalho da Amarante para acompanhar de perto essa ação, além de outras dez pessoas colaboradoras da Biofábrica de Corais. Tudo para garantir que a restauração seja bem-sucedida. Entendemos nossa iniciativa como imprescindível para mitigar os danos causados pelas ondas de calor e branqueamento, processo degradante que tende a crescer, infelizmente”, destaca a coordenadora de Meio Ambiente da Amarante, Rafaela Santoro.

Inicialmente, o principal foco do trabalho é o Coral de Fogo (Millepora alcicornis). Porém, há estudos em andamento e interesse em viabilizar a restauração de espécies endêmicas de Maragogi, como Coral Pedra (Siderastrea stellat), Coral estrelado (Montastraea cavernosa), o coral porites astreoides e o Coral falso (Palythoa caribaeorum).

As espécies vêm sendo escolhidas com base em sua resiliência ao branqueamento de corais, características biológicas que ajudam a melhorar os microambientes de atuação e a sua morfologia e caráter construtor de recifes.

“O trabalho requer diversas fases de atuação, como mergulhos de reconhecimento, diagnóstico dos corais remanescentes e identificação do status de degradação das espécies e a escolha de um local para os berçários in situ, onde os fragmentos coletados para crescimento serão cultivados. Após esse período, os fragmentos serão transplantados para os arrecifes da piscina natural, em áreas monitoradas e acompanhadas pelo projeto”, destaca Rudã Fernandes, que é Doutor em Ciências Biológicas, Engenheiro de Pesca e CEO da Biofábrica de Corais.

Interação

Neste momento de mapeamento e de desenvolvimento dos primeiros passos, não haverá desdobramento direto com os hóspedes da Amarante.

No entanto, o grupo estuda a possibilidade de capacitação do time de áreas como Náutica e Lazer para disseminar a importância do projeto, bem como a conservação e os cuidados que todos devem ter com a biodiversidade marinha, por meio de sensibilização com educação ambiental.

Biofábrica de Corais possui um time multidisciplinar de profissionais

A Biofábrica de Corais possui um time multidisciplinar de engenheiros, biólogos, biomédicos, designs e outras profissões. Além disso, tem parceria com uma série de universidades, sendo vinculada à incubadora PoloTEC da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

As perspectivas são complementares às ações do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Ambientes Coralíneos e passam pela promoção dos objetivos da ONU 2030, assim como atender as perspectivas da Década dos Oceanos e da Década da Restauração dos Ecossistemas.