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Governo de Alagoas oferece curso de Libras a servidores públicos

Objetivo é promover uma comunicação mais inclusiva e acessível; aulas da primeira turma já tiveram início
Curso, realizado na Escola de Governo de Alagoas, em Maceió, terá duração de quatro meses e contará com duas turmas (foto: Ascom Secdef)

A Secretaria de Estado da Cidadania e da Pessoa com Deficiência (Secdef), em parceria com a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), deu início, nessa quinta-feira (4), às aulas da primeira turma do curso de Libras Básico I.

O objetivo é promover uma comunicação mais inclusiva e acessível. O curso, realizado na Escola de Governo de Alagoas, em Maceió, terá duração de quatro meses e contará com duas turmas.

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“O curso básico de Libras é um passo fundamental para promover uma comunicação mais inclusiva no setor público. Estamos preparando nossos servidores para garantir que todos os cidadãos tenham acesso aos serviços de forma igualitária e eficaz”, enfatizou a secretária de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio, Paula Dantas.

A turma 1 terá aulas todas as quintas-feiras, das 9h às 11h, e é destinada a servidores de todo o Governo de Alagoas. Já a turma 2 terá aulas todas as sextas-feiras, no mesmo horário, e é voltada para servidores da Secdef.

As aulas serão ministradas pelo intérprete surdo Mateus Santos, da Central de Intérpretes de Libras (CIL) da secretaria. O objetivo central é capacitar os servidores para se comunicarem de forma eficaz com pessoas surdas, promovendo a inclusão social e o respeito à diversidade no serviço público.

Responsável por ministrar o curso, Matheus revelou que as primeiras aulas se concentrarão em apresentar os fundamentos da Libras e da cultura surda aos participantes.

“Nossa intenção inicial é que os servidores se familiarizem com a língua, entendendo sua história, seus principais aspectos culturais e tirando dúvidas que possam surgir”, explica.

Aprendizado

Para tornar o aprendizado mais dinâmico e interativo, o instrutor utilizará diversas ferramentas, como dinâmicas, atividades em grupo que visam estimular a comunicação e o trabalho em equipe.

Entre elas, o uso de bolas e palavras, que é uma metodologia que utiliza bolas para representar palavras sem sinais, promovendo a associação entre a Libras e a língua portuguesa; e mímica e gestos, recursos expressivos que facilitam a compreensão da Libras, mesmo para iniciantes.

“Acredito que, com essa abordagem lúdica e acessível, os servidores poderão ter uma base sólida para se comunicar com a comunidade surda de forma mais natural e eficiente”, ressalta Santos.

Segundo a secretária Arabella Mendonça, da Cidadania e da Pessoa com Deficiência, a oferta do curso de Libras representa um passo crucial para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

“A Libras é a língua materna da comunidade surda brasileira, e dominá-la nos permite estabelecer uma comunicação eficaz com esse público, garantindo seus direitos e proporcionando-lhes um atendimento humanizado e digno”, destacou a gestora.

Ela finalizou dizendo que a inclusão não é apenas um dever legal, mas também uma questão de ética e responsabilidade social.

“Ao aprendermos Libras, demonstramos nosso compromisso com a diversidade e com a construção de um ambiente mais acolhedor para todos. Dessa forma, poderemos oferecer um atendimento mais completo e personalizado, esclarecer dúvidas, fornecer informações e, acima de tudo, criar um vínculo de confiança e respeito mútuo na perspectiva de garantia de direitos”, disse.

Libras

A Lei nº 10.436/2002 reconheceu a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão, consagrando-a como a língua natural da comunidade surda brasileira. Mais do que um conjunto de sinais, a Libras é uma língua vibrante e rica em cultura, expressa por meio de gestos manuais, expressões faciais e corporais.

Com gramática própria, sintaxe e estrutura complexas, a língua permite a comunicação completa e profunda em diversos contextos.

Com ela, os surdos podem compartilhar ideias, sentimentos e experiência, além de também poder discutir temas complexos de filosofia, ciência e política.

Considerada a chave para inclusão social das pessoas surdas, a Libras permite que os surdos participem ativamente da sociedade em todos os seus aspectos, garantindo acesso à educação, oportunidades no mercado de trabalho, atendimento digno em serviços públicos e participação na vida cultural e social.