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Filme institucional sobre o Mês da Consciência Negra é destaque nacional

Embalada pelo poema Serra da Barriga, do alagoano Jorge de Lima, peça tem 100% de atuação de profissionais pretos
Produção contou com 70 profissionais, entre atores, bailarinos, equipes de criação, direção e figurino (foto: Romildo Soares)

Com 100% de atuação de profissionais pretos – desde a criação, elaboração, direção, edição e elenco –, o Governo de Alagoas lançou o filme institucional alusivo ao Mês da Consciência Negra. A peça é embalada pelo poema “Serra da Barriga”, do alagoano de União dos Palmares Jorge de Lima: “Aqui não há cangas, nem troncos, nem banzos”.

A produção é uma reverência à resistência simbolizada na luta de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, encravado no alto da Serra da Barriga, em União.

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Desenvolvida pela Artecetera Comunicação Integrada, a produção contou com 70 profissionais, entre atores, bailarinos, equipes de criação, direção e figurino. Criador do filme ao lado de Renato Nascimento, Luciano Quirino lembra que as gravações na Serra da Barriga emocionaram o elenco pelo simbolismo da resistência daquele que foi um guerreiro literal contra a escravidão.

“Pra gente foi um grato desafio porque a Artecetera sempre teve em seu DNA a diversidade e a inclusão. Quando recebemos o desafio [do Governo de Alagoas de fazer uma peça com 100% de profissionais negros], logo reunimos os integrantes de nossa equipe que são pretos pra desenvolver a campanha”, completou.

Revista Exame

Em poucos dias de lançada, a campanha ganhou destaque na mídia nacional pelo ineditismo. Em reportagem veiculada nesta terça-feira (14), a revista Exame enfatiza os conceitos da representatividade trabalhados no vídeo.

“O lugar escolhido para as gravações foi a Serra da Barriga. Foi ali, na cidade alagoana de União dos Palmares, que por quase 100 anos existiu o Quilombo dos Palmares, o maior do Brasil, referência na resistência negra contra a escravidão no país”, diz trecho da matéria.

“[A campanha] É uma iniciativa inédita na história da comunicação oficial e está em perfeita sintonia com a política do Governo de Alagoas, que é de referenciar cada vez mais nossa identidade e tudo o que significou a resistência na Serra da Barriga. O filme traz uma forte carga simbólica e emite sinais sobre respeito ao próximo, diversidade, tolerância e liberdade. A gente se vê nele”, destacou o secretário de Estado da Comunicação, Joaldo Cavalcante.

Resgate

O diretor de Operações da Artecetera, Luiz Moreira, ressalta a importância do filme, lembrando que o país vive um momento de resgate e entendimento de raça.

“Então a iniciativa do governo de Alagoas em priorizar que toda a equipe fosse preta só reforça o quanto podemos ocupar todos os lugares na sociedade, seja qual ele for”, defende.

No filme, que foi produzido pela VTK, o poema de Jorge de Lima é interpretado pelo ator alagoano Chico de Assis, que tem uma vasta experiência na poética do autor dos consagrados O Acendedor de Lampiões e Essa Negra Fulô – ambos declamados uma infinidade de vezes por Assis nos palcos da vida.

Além dar protagonismo à população preta, a peça também reverencia o Príncipe dos Poetas alagoanos, no ano em que se celebra os 130 anos de seu nascimento. O ano de 2023 também é marcado pelos 70 anos de sua morte, ocorrida em 15 de novembro de 1953, aos 60 anos, no Rio de Janeiro.