Egressa do curso de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Ana Letícia Silva Leite conquistou o primeiro lugar no concurso para nutricionista do município alagoano de Marechal Deodoro. Ela conta que desde a graduação já pensava em participar de certames e ingressar no serviço público.
“Eu me via no futuro atuando como servidora pública”, diz.
Assim que concluiu o curso, participou da seleção para a Secretaria de Saúde de Alagoas, mas não foi aprovada.
“Eu não tinha experiência com concursos e estudei da forma que já estava acostumada. Hoje, vejo que estudei da maneira ‘errada’ e apesar de ter conseguido uma boa pontuação, não foi suficiente para me classificar”, analisou Ana Letícia.
Ela então tentou ingressar no programa de residência no Hospital Universitário da Ufal e, novamente, não conseguiu a vaga.
Quem é concurseiro sabe que a sonhada classificação, dificilmente, vem na primeira tentativa, mas, diante de um resultado inesperado, não tem como negar o sentimento de frustração.
“Tiveram momentos que eu comecei a me questionar se o caminho dos concursos era mesmo pra mim, pois apesar de me dedicar aos estudos, sempre faltava algum detalhe e eu ‘batia na trave’ da classificação”, recordou.
Foi quando ela decidiu parar e pensar se era mesmo isso que queria. Quando voltou aos estudos para concurso, passou a se inscrever também para cargos que não eram os de sua formação e a estudar matérias com as quais não estava habituada, a exemplo de raciocínio lógico.
Divisor de águas
Participar de um curso preparatório pela internet, para ela, foi o “divisor de águas”. Ana Letícia entendeu que, além de estudar bastante a teoria, precisava se exercitar com questões de provas anteriores para fixar assuntos aprendidos e saber o estilo de prova que as bancas costumam seguir.
“A partir daí eu entendi onde estava errando. Passei a estudar a teoria e logo depois fazer questões sobre aquele assunto. Fiz um cronograma com as disciplinas que cairiam na prova e estudava os três horários por dia, sempre fazendo intervalos para descanso”, disse.
Ela estabeleceu como meta resolver 200 questões por dia, às vezes conseguia, outras, não, mas sempre persistia.
“Na reta final para o concurso de Marechal Deodoro, entre março e abril, eu resolvi mais de quatro mil questões, com uma média de mais de 80% de acertos. Então, sabia que estava muito bem e só precisava ter a tranquilidade necessária no dia da prova para aplicar tudo o que tinha aprendido”, contou.
Além de focar nos estudos, Ana Letícia comenta que é preciso lidar com a ansiedade.
“Eu ficava apreensiva e com medo dos resultados anteriores se repetirem, mas eu sabia que precisava ter o pensamento positivo e a confiança de que dessa vez ia dar certo”, afirmou.
“Graças a Deus, à minha família, a amigos e ao meu esforço, consegui fazer uma prova muito boa. Olhar o resultado e ver minha classificação em primeiro lugar é muito gratificante, é um sonho realizado. Não vou parar por aqui, ainda quero crescer muito enquanto profissional, e, com certeza, farei outros concursos que aparecerem”, comemorou.
Graduação na Ufal
Ana Letícia iniciou a graduação em 2016 e, durante o curso, já teve experiência com o serviço público por meio do projeto de extensão Nova Semente, coordenado pela docente Leiko Asakura.
“Íamos a uma creche municipal e fazíamos atividades de educação nutricional com as crianças, pais e funcionários da unidade”, recordou. Ela também foi monitora da disciplina de bioquímica.