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Dia Nacional de Defesa da Fauna: saiba como colaborar com o Cetas

Centro de Triagem de Animais Silvestres realiza importante trabalho de cuidado e reabilitação desses bichos
Unidade recebe jornais, revistas e cadernos que são utilizados para forrar as baias e gaiolas onde ficam os animais em reabilitação (fotos: Ascom IMA/AL)

Neste 22 de setembro, celebra-se o Dia Nacional de Defesa da Fauna. Em Alagoas, o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) realiza um importante trabalho de cuidado e reabilitação desses bichos que chegam à unidade por meio de apreensões, em ações de fiscalização, e de entregas voluntárias.

Mas você sabia que pode colaborar com o Cetas? Além das denúncias, a população pode contribuir doando materiais de uso cotidiano no Centro, que tem administração compartilhada entre o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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A unidade recebe jornais, revistas e cadernos que iriam para descarte. Esses materiais são utilizados para forrar as baias e gaiolas onde ficam os animais.

Outros utensílios comumente usados são toalhas, lençóis e panos de modo geral, que servem principalmente para os animais debilitados e aquecer os filhotes.

A população pode fazer as doações de segunda à sexta, em Maceió, nas sedes do IMA, das 8h às 14horas; e do Ibama, das 8h às 16 horas.

Números

Só nos últimos cinco meses deste ano, cerca de 2080 espécies deram entrada no Cetas, sendo a maior parte delas advindas do contrabando.

Das espécies que chegaram ao Centro, 1.247 são aves, principal alvo do tráfico. Entre as mais recorrentes estão: papa-capim, galo de campina, sebite e sabiás.

Elas possuem a característica em comum de serem canoras, ou seja, possuem canto harmonioso e, por isso, acabam atraindo o comércio ilegal de passeriformes.

Outros animais que também estão na lista dos criados de maneira ilegal são saguis, preguiças, jabutis e jiboias.

Orientações

Como uma das medidas para coibir essa prática, Ana Cecília Pires, médica veterinária do IMA alocada no Cetas, orienta que a população não faça a compra de animais silvestres em feiras livres ou de espaços sem licença, pois não possuem origem legal.

“Geralmente são espécies recém-capturadas da natureza e o ato de comprá-los estimula ainda mais o tráfico. E por vezes existem pessoas que se sensibilizam com a situação do animal e acabam comprando”.

A veterinária também explica que as pessoas devem se recusar a receber animais silvestres ilegais provenientes de terceiros.

O procedimento correto em situações de compra de espécies nativas é verificar se o empreendimento é legalizado e se possui toda a documentação que comprove a origem do animal.

Já nos casos de comercialização de animais silvestres em feiras populares, a comunidade pode contribuir realizando a denúncia através do aplicativo IMA Denuncie, que possui uma aba específica para a inserção de imagens e coordenadas.

Denúncias desse tipo também podem ser feitas por meio do número (82) 98833-5879 do Batalhão de Polícia Ambiental de Alagoas (BPA/AL).

Entrega voluntária

Além da chegada de animais vítimas do tráfico, o Cetas também recebe espécies silvestres decorrentes de entrega voluntária ou mesmo de fiscalizações realizadas por órgãos ambientais.

No recinto, médicos veterinários, tratadores e estagiários se dividem entre os cuidados e as práticas para a reabilitação.

“Outra etapa, tão importante quanto a reabilitação, é a destinação, que ocorre quando essas espécies já estão recuperadas”.

Cetas tem administração compartilhada entre o IMA/AL e o Ibama

Ana explica ainda, que, após esse processo, existe uma verificação que define para onde esses animais irão. Alguns são de ocorrência no estado e quando estão aptos são soltos em áreas definidas pelos biólogos e veterinários.

Também existem os casos de animais que mesmo após os cuidados não são mais capazes de retornarem para a natureza, a exemplo dos passeriformes que ficam cegos ainda em cativeiro e por isso não realizam mais as atividades próprias da espécie.

Nessas circunstâncias, ocorre a destinação para criadouros comerciais, zoológicos ou criadouros conservacionistas.

Ainda como consequência do tráfico de fauna, é comum que cheguem algumas espécies que não existem em Alagoas e, por isso, após serem reabilitadas, são destinadas para centros de triagens de outros estados para que sejam reintroduzidas em seus habitats.

Segundo o IMA, o indicado, quando um cidadão está de posse de um animal silvestre ilegal, é não soltá-lo, mas sim entregar essa espécie de maneira voluntária no Cetas.

Muitas vezes é um animal que não é de ocorrência da região e essa ação pode até mesmo causar um desequilíbrio ecológico. A entrega no Cetas é isenta de multas.

O Centro fica localizado na Avenida Fernandes Lima, Nº 4023, no bairro do Farol, em Maceió. Outra opção é entrar em contato com o BPA para que realize a retirada no domicílio.

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