Davi Brito, 19 anos de idade, é o primeiro jovem com Down a completar uma prova de triatlon em Alagoas. A história dele foi contada pelo portal Tribuna Hoje, em reportagem assinada pelo jornalista Wellington Santos.
Além da Síndrome de Down, Davi nasceu com um problema severo de articulação de fonemas chamado de Apraxia de Fala na Infância (AFI), que é um tipo de transtorno motor que afeta a habilidade para sequenciar os movimentos necessários para a produção dos sons.
“Nesse transtorno, a criança tem ideia do que quer comunicar, mas seu cérebro falha ao planejar e programar a sequência de movimentos, de gestos motores da mandíbula, dos lábios, da língua e de outros articuladores, responsáveis por produzir os sons que formam sílabas, palavras e frases. Por esta razão, não temos uma frase de Davi nesta reportagem, mas compartilhamos de sua alegria, principalmente no olhar terno entre mãe e filho durante a produção desta matéria”, escreveu Wellington Santos.
Davi é o filho caçula da advogada Olivia Brito.
“Foi um sonho antigo realizado, porque sempre quis que ele participasse dessa prova. Eu queria que ele participasse exatamente com essa galera, porque em todos os eventos abrem um espaço para a inclusão”, disse Olívia, ao se referir à prova que envolveu vários atletas, entre cadeirantes e com Down, na orla de Maceió.
Olívia integra o Instituto Amor 21, localizado em Maceió, e formado por pais, familiares e amigos de pessoas com Síndrome de Down.
Etapas
A prova de Davi envolveu três etapas. Ele participou com o mini Sprint, que é uma categoria para iniciantes, não só para deficientes. Começou com 400 metros no mar, depois pegou uma bike e rodou 10 km e, na sequência, correu e andou 2 km.
Durante todo o percurso, foi acompanhado por um ente que Olivia chama de “anjo” na vida dele e da família e que deu suporte e assistência: Bruno Albuquerque.
O genro é namorado da filha mais velha de Olívia, Amanda, também esportista e praticante de triatlon. Júlia, a gêmea de Davi, também é atleta.
“A gente fez um treino com ele e nada muito bem, mas em piscina. Pode parecer coisa de mãe, mas achei surpreendente porque ele terminou e só fez apenas dois treinos no mar”, conta Olivia.
Davi — embora não fora proclamado “campeão” do triatlon — foi o primeiro triatleta Down alagoano a completar a prova.
“Então isso para mim, a família e os amigos, bem como a torcida presente ao evento, foi como a conquista de um campeonato, pela simbologia que a mensagem dele leva, que é possível vencer dentro das limitações”, destaca Olívia.
Confira a reportagem completa aqui.