O emprego no setor industrial de Alagoas encerrou o ano de 2023 com um crescimento de 5,04%, na comparação com o ano anterior, segundo dados do novo Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
O levantamento mostra que em 2023 foram criadas 3.982 vagas com carteira assinada na indústria. O saldo é a diferença entre as 35.847 contratações e dos 31.865 desligamentos no período.
Segundo o Caged, o volume de empregos gerados na indústria corresponde a 17% das 23.291 vagas com carteira assinada criadas no estado no ano passado.
Por segmento, o setor de fabricação de produtos alimentícios registrou a maior alta na geração de empregos formais, com a abertura de 2.495 vagas. Atualmente, o setor conta com um estoque de 51.289 postos com carteira assinada.
Na análise setorial, os gêneros industriais que apresentaram os acréscimos significativos de vendas em outubro foram as indústrias da Construção Civil (3,34%), com recuperação das vendas após queda de -17,06% em setembro; de Produtos de Matérias Plásticas e Borrachas com (0,84%); de Sucroenergético (66,94%); e Química (15,04%) em decorrência da formação de estoques do mês anterior.
O único decréscimo foi verificado em Papel, Papelão e Celulose, com -11,61%, por conta da redução de demanda e cancelamentos de pedidos.
De acordo com o relatório, o índice Utilização da Capacidade Instalada apresentou elevação em outubro de 2023, na comparação com setembro, registrando um aumento de 15%.
Enquanto isso, o nível do Custo das Operações Industriais (COI) apresentou alta de 27,21% frente ao mês anterior. Mesmo com a maior parte de setores em alta, a maior influência veio da alta de 125,28% da produção do setor sucroenergético.
Trabalho
Para a secretária de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Maria Alice Beltrão, o crescimento do emprego industrial é resultado do forte trabalho que o Estado vem realizando em várias frentes, como os incentivos fiscais e locacionais, investimentos em infraestrutura, com a duplicação das rodovias, por exemplo, além de segurança e educação.
“Estamos trabalhando para a oferta de cursos de formação e capacitação para os alagoanos, buscando atender às principais necessidades das empresas que estão se instalando no estado. Além disso, buscamos parcerias com as novas empresas, entre outras ações para a prospecção de novos negócios”, anunciou.
Em dezembro do ano passado, o Conselho Estadual do Desenvolvimento Econômico e Social (Conedes) da Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Sedics) aprovou incentivos fiscais para nove empresas, por meio do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado (Prodesin). Juntos, os empreendimentos injetam R$ 29,8 milhões na economia alagoana.
Criado pela Lei Estadual nº 5.671, de 1º de fevereiro de 1995, o Prodesin tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico do estado, atraindo novos investimentos e estimulando a expansão de empresas já instaladas e, consequentemente, gerando novos postos de trabalho.
Em 2016, o programa se modernizou e passou a oferecer redução de 92% no pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na saída dos produtos industrializados. Ganharam também diferimento do ICMS os bens destinados ao ativo fixo, a matéria-prima utilizada na fabricação de produtos e na aquisição interna de energia elétrica e gás natural.
Boletim
A consequência disso é traduzida em movimentação econômica no estado, como mostra boletim divulgado na quinta-feira (15), pela Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) tomando como base o mês de outubro de 2023.
Segundo o documento – elaborado pelo Núcleo de Inovação e Pesquisa da Fiea e Instituto Euvaldo Lodi (IEL) -, a venda industrial avançou 19,32% na comparação com setembro de 2023, incluindo os resultados do setor sucroenergético.
“O aumento representou um maior dinamismo dos setores com maior representatividade na indústria e adere à projeção de crescimento do PIB no estado de Alagoas com quase 7% de crescimento em 2023, o maior entre os estados nordestinos, segundo estimativa do Banco do Nordeste”, diz o documento.
Investimentos
O cenário favorável criado pelo Estado é traduzido no volume de recursos movimentados pelas empresas em Alagoas.
Levantamento divulgado na quinta-feira (15), pelo Banco do Nordeste, revela que o setor produtivo local contratou R$ 3,713 bilhões em crédito no ano passado.
O montante – fruto das 167.460 operações de crédito – representa incremento de 134% em relação ao que foi financiado em 2022.
Segundo o banco, do total, R$ 3,18 bilhões foram contratados com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), crédito de investimento de longo prazo operacionalizado pelo BNB na região. O valor é quase três vezes o financiado em 2022, com a mesma fonte, em Alagoas.
Para o governador Paulo Dantas, os números positivos registrados em Alagoas são fruto de um trabalho de desenvolvimento, planejado e executado pelo Governo do Estado.
“Criamos ambiente favorável à vinda de nossas empresas e estamos empenhados na atração de investimentos, porque acreditamos que não há ferramenta mais poderosa para o combate à pobreza do que a geração de emprego e renda”, destacou.