Era uma sexta-feira, 17 de novembro. Um dia aparentemente comum na rotina da estudante universitária Maria Eduarda Figueiredo, de 20 anos. Não foi. Ao preparar o café da manhã, a universitária se descuidou de uma panela e parte da água que estava dentro dela caiu no seu corpo, especialmente no abdome inferior e coxa direita, o que causou queimaduras de primeiro e segundo graus, com vermelhidão e bolhas.
Rapidamente sua família ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), por meio do telefone 192, e uma equipe de socorristas da Unidade de Suporte Básico (USB) entrou em ação.
Eles fizeram o primeiro atendimento, limpando toda a região afetada e encaminhando-a para o Hospital Geral do Estado (HGE), referência estadual na assistência a vítimas de queimaduras. Recuperada, a universitária voltou ao convívio da família, cujos integrantes ressaltam que o Samu e o HGE salvaram a vida dela.
A mãe da universitária, Valquíria Figueiredo, comemorou a alta e destacou a capacidade técnica dos profissionais que fazem parte do Centro de Queimados do HGE.
“Minha filha saiu contando vitórias. Somos gratos a todos os profissionais do CTQ que cuidaram dela com excelência, sem exceção. Em especial os médicos, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas. Após a alta de Maria Eduarda, a psicóloga, a nutricionista e o fisioterapeuta fizeram todas as recomendações, como dietas e suplementos. Sem eles, eu não teria como continuar a recuperação da minha filha. O Estado está de parabéns por oferecer, aos alagoanos, um centro de queimados com profissionais tão capacitados e cuidadosos”, salientou.
Assistência precisa
O HGE é referência no atendimento por queimaduras de Média e Alta Complexidade em Alagoas. Este ano, até o mês de novembro, o hospital atendeu 316 pessoas com lesões causadas por queimaduras.
As escaldaduras, caso de Maria Eduarda, são as mais comuns. Esse tipo de ferimento, em geral, é ocasionado por água ou vapor quente.
O cirurgião plástico do HGE, Fernando Gomes, informou que a maioria desses casos envolvem crianças e jovens. Entre os acidentes domésticos relacionados a queimaduras, também pode acontecer o contato direto com o fogo ou mesmo com objetos quentes.
A técnica de enfermagem Andrea Rodrigues participou do tratamento da universitária e ressaltou que ele passou a ser realizado no ambulatório após a alta da internação.
“A cicatrização da lesão ocorreu satisfatoriamente ao previsto e ela está ótima”, salientou.
Hoje, Maria Eduarda está de alta médica. Ela foi liberada da internação no último dia 1º de dezembro e está aos cuidados dos profissionais do ambulatório, fazendo curativos diariamente.
Fernando Gomes explicou que, quando o paciente é encaminhado para recuperação em casa, ele pode retornar para ser reavaliado, conforme agendamento e orientação médica, assim como para fazer curativos nos ferimentos.
Estrutura do CTQ
O diretor do HGE, Fernando Melro Fortes, destacou que o Centro de Tratamento de Queimados do HGE possui 16 leitos, sendo cinco infantis, quatro destinados a mulheres, seis a homens e um para precaução de contato, onde ficam pacientes que precisam ficar afastados para evitar infecções.
“A área ainda contém sala de balneoterapia e curativos, onde são realizados os banhos e as trocas de curativos de forma segura e confortável, uma sala para procedimentos cirúrgicos, além do posto de enfermagem. O CTQ também possui uma farmácia satélite e ambulatório exclusivos. Sem falar que nosso hospital possui os profissionais mais qualificados em qualquer tipo de queimadura e, por isso, somos referência nesse atendimento”, frisou o gestor.