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AL contará com 20 equipes de saúde para cuidados paliativos pelo SUS

Estratégia faz parte das ações da Política Nacional de Cuidados Paliativos, lançada pelo Ministério da Saúde
Política pública, inédita no país, vai permitir uma assistência mais humanizada (foto: Freepik / ilustração)

Alagoas contará com 20 equipes para o atendimento a pessoas que necessitam de cuidados paliativos, uma atenção voltada para melhorar a qualidade de vida daqueles que enfrentam doenças graves, crônicas ou em fase terminal. A medida integra as ações da Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), lançada pelo Ministério da Saúde (MS).

No Brasil, estima-se que cerca de 625 mil pessoas necessitem de cuidados paliativos, o que motivou o estabelecimento da estratégia de atendimento. Os principais objetivos dos cuidados paliativos são o alívio da dor, o controle de sintomas e o apoio emocional.

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Para dar início a essa estratégia, está prevista a implementação de 1,3 mil equipes em todo o país, com um total de 20 em Alagoas.

Do total, a estimativa é que a estratégia seja composta por 485 equipes matriciais (fazendo a gestão dos casos) e 836 equipes assistenciais (prestando a assistência propriamente dita), ambas formadas por médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos.

Formação

Em Alagoas, oito equipes são matriciais e 12 assistenciais. Também serão criadas equipes com pediatria. Segundo o MS, os gestores locais terão autonomia para incorporar outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, dentistas, farmacêuticos, fonoaudiólogos e nutricionistas.

Com isso, após habilitação de todas as equipes, o investimento total previsto é de R$ 887 milhões por ano. A política, inédita no país, vai permitir uma assistência mais humanizada.

Antes, com atendimento limitado, escassez de profissionais com formação paliativa e barreiras culturais, os serviços estavam concentrados nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, com consequente ausência nas regiões Norte e Nordeste.

Agora, três eixos vão guiar os cuidados paliativos no serviço público de saúde: 

  • Criação de equipes multiprofissionais para disseminar práticas às demais equipes da rede;
  • Promoção de informação qualificada e educação em cuidados paliativos;
  • Garantia do acesso a medicamentos e insumos necessários a quem está em cuidados paliativos.

Será composta uma equipe matricial para cada fração de território com 500 mil habitantes de uma mesma macrorregião de saúde e uma equipe assistencial para cada 400 leitos do SUS habilitados. Caberá aos estados solicitarem equipes matriciais e aos municípios equipes assistenciais, que poderão estar sediadas em hospitais, ambulatórios, junto a serviços de atenção domiciliar ou de atenção primária.

Atendimento domiciliar  

As equipes vão atuar em diferentes locais da rede de saúde, incluindo o atendimento domiciliar. Seu papel será auxiliar e ensinar outras equipes que tenham sob seus cuidados pessoas com necessidades de cuidados paliativos a prestarem esse tipo de cuidado de forma eficaz e humanizada.

A Política Nacional de Cuidados Paliativos é fruto da mobilização popular e de especialistas e chega para aprimorar serviços já ofertados no SUS em hospitais gerais e especializados, centros de atenção oncológica e outros.

Mais Acesso a Especialistas

A Política Nacional de Cuidados Paliativos se articula às ações do Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), com objetivo de ampliar e qualificar o cuidado e o acesso à Atenção Especializada em Saúde – AES de pacientes e famílias que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida, prevenindo e aliviando o sofrimento por meio da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e de outros problemas de saúde.

O ponto de partida é a necessidade de tornar o acesso do paciente aos exames especializados e às consultas o mais rápido possível e com menos burocracia, a partir do encaminhamento realizado pela Equipe de Saúde da Família – ESF.