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Alagoano de 10 anos constrói miniatura de jangada e ganha medalha de prata na Olimpíada do Oceano

Morador da Barra de Santo Antônio, Bento Luiz se inspirou na embarcação do pai dele, que é pescador
Com cerca de meio metro de comprimento, a miniatura impressiona pela riqueza dos detalhes (fotos: arquivo pessoal)

O estudante alagoano Bento Luiz de Oliveira Santos, 10 anos, conquistou a medalha de prata, categoria Tecnologia, na 4ª edição da Olimpíada do Oceano (O2). Filho de pescador, ele atingiu o feito ao construir uma réplica em miniatura da embarcação do pai dele, a jangada F-5.

Com cerca de meio metro de comprimento, a miniatura impressiona pela riqueza dos detalhes: o motor de rabeta eletrificado à pilha, a garateia (aparelho de pesca com vários anzóis) e as redes de pesca. Para isso, usou materiais como isopor, PVC e madeira.

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“Eu fiz a jangada porque meu pai tem uma. Então pensei: será que eu consigo fazer uma miniatura para ficar na memória. E fiz!”, contou o pequeno prodígio, em entrevista ao Alagoas Notícia Boa (ALNB).

O feito enche de orgulho os pais da criança, o pescador José Amaro dos Santos Júnior, 47, e a dona de casa Adriana de Oliveira Santos, 45. Eles moram na Ilha da Croa, na Barra de Santo Antônio, Litoral Norte de Alagoas.

“Eu fico muito feliz. Ele é um menino muito inteligente e esforçado”, conta a mãe. “O orgulho é grande, fico tão emocionado com o feito que dá até vontade de chorar”, revela o pai.

A família de Bento foi incentivada a inscrevê-lo na Olimpíada do Oceano pela pesquisadora do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração da Costa dos Corais de Alagoas (Peld CCAL), Bárbara Ramos Pinheiro.

Bento conta sobre a inspiração: “Eu fiz a jangada porque meu pai tem uma”

Ela também integra a Aliança Nacional da Cultura Oceânica e é colaboradora do Maré de Ciências, que promove a O2. Trata-se de um programa de extensão da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP campus da Baixada Santista), dedicado a trabalhar a difusão científica e o engajamento para fortalecer a interface entre ciência, políticas públicas e sociedade.

“Eu conheço o Bento porque o pai dele nos ajuda nas coletas do Rio Santo Antônio Grande, no monitoramento que a gente faz do estuário. Eu sabia da realização da Olimpíada e da categoria, então quando a gente foi uma vez fazer a coleta e Bento mostrou (a embarcação), eu o incentivei a participar. Ele inscreveu o projeto e ganhou, foi super bacana”, recorda Bárbara Ramos.

“Esse menino é um menino prodígio, faz um monte de coisa sozinho. Ele acabou de me mandar um videozinho fazendo uma caixa de som, ele é muito, muito genial”, acrescenta a pesquisadora.


Bento é estudante do 4º ano da Escola Municipal 7 de Setembro. Quer se engenheiro, “daqueles que constroem as coisas”, como bem frisou. Enquanto o diploma não chega, vai brincando de ser gente grande, singrando com alegria e sabedoria a melhor fase da vida.

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