Vinte baleias-jubartes foram avistadas nesse domingo (3) na praia do Pontal do Peba, em Piaçabuçu, Litoral Sul do estado. De acordo com o biólogo e professor de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Penedo, Cláudio Sampaio, no período de junho a outubro têm sido cada vez mais frequentes esses registros na costa alagoana.
“Com o aumento da população devido aos trabalhos de projetos, a exemplo do Baleia Jubarte, associado à proibição da sua caça em águas brasileiras, a cada ano é registrado um aumento no número de baleias. Isso faz com que elas voltem a ocupar antigas áreas de reprodução, como o litoral alagoano”, explica o professor.
“São mamíferos marinhos que migram para as águas rasas e quentes do Nordeste brasileiro, livre de grandes predadores, para acasalar, parir seus filhotes e amamentar, depois de uma gestação de aproximadamente 11 meses”, acrescenta Cláudio Sampaio.
De acordo com ele, os filhotes nascem com quatro metros de comprimento, enquanto que adultos podem chegar a 16 m e pesar 40 toneladas. Mas, apesar desse tamanho, Cláudio explica que são consideradas as mais acrobatas das grandes baleias.
“São conhecidas pelos muitos saltos, batidas de nadadeiras e, também, pelo seu canto”, pontua o professor.
Proteção
Ele lembra que as baleias, botos, golfinhos e peixes-bois são mamíferos marinhos protegidos por leis federais e estaduais. Ele explica como agir ao avistar uma baleia.
“Devido ao grande porte desses animais e por estarem muitas vezes com filhotes, quando avistar uma baleia, deve-se manter a distância de 100 metros, sempre com motor (da embarcação) desengrenado. Caso seja um pescador, evite colocar redes de espera nas áreas onde as baleias estão sendo observadas, evitando morte e perda do material de pesca. Resumindo: respeitando seu espaço e legislação, não há o menor risco para as pessoas”.
Outro fato relacionado ao aumento populacional das baleias é a elevação do número de encalhes, especialmente de filhotes e exemplares jovens.
“Se você encontrar uma baleia ou outro animal encalhado, vivo ou morto, entre em contato com os órgãos competentes de sua região, como as secretarias de Meio Ambiente, projetos, universidades e institutos. Se fizer fotos de animais vivos, em seu ambiente, faça o mesmo, contribua para a conservação desses animais, fornecendo informações sobre as avistagens”, recomenda.
Biota
Uma dessas instituições que atuam em Alagoas no desenvolvimento de ações de resgate, manejo, pesquisa, sensibilização ambiental e políticas públicas para a conservação marinha é o Instituto Biota.
A organização não-governamental desenvolve a “Campanha Encalhou?!”. A iniciativa percorre 14 municípios costeiros de Alagoas buscando formar uma rede de colaboradores para atuar no monitoramento participativo dos encalhes de animais marinhos.
O contato (WhatsApp) do Instituto Biota é o (82) 99115-2944.
