Pela primeira vez em sete anos, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de Maceió alcançou, em setembro, o patamar de 116,2 pontos. De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Fecomércio Alagoas, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a capital não registrava um resultado acima dos 115 pontos desde abril de 2015, quando o índice ficou em 118 pontos. Ainda segundo o estudo, trata-se do melhor desempenho do Nordeste.
Para o coordenador do Instituto, Victor Hortencio, esse cenário é reflexo de uma série de condições favoráveis: retomada econômica após a fase mais crítica da pandemia de Covid-19, proximidade das datas comemorativas de fim de ano (Dia das Crianças, Black Friday, Natal e Ano Novo), perspectiva profissional em alta (impulsionada pela diminuição da desocupação no mercado de trabalho) e a elevação nos repasses do programa federal de transferência de renda.
“Pela ótica da demanda, vem se desenhando, em 2022, um panorama mais otimista para o comércio”, observa Hortencio.
Segundo o economista, essa perspectiva pode ser percebida no movimento apontado pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), pois, no último ano, o número de pessoas empregadas cresceu 6,1%, saindo de 193.643, em 2021, para 205.473, este ano, isto é, um acréscimo de 11.830 empregos formais.
Diante disso, mesmo com o impacto da inflação e da alta de juros no orçamento familiar, o maceioense está conseguindo imprimir, no segundo semestre, uma elevação na perspectiva de consumo. De agosto a setembro, o crescimento demonstrado pelos resultados da pesquisa foi de 3,8%.
Na comparação anual, esse aumento é ainda mais perceptível. De setembro de 2021 a setembro de 2022, em período que coincide com o abrandamento da pandemia e a consequente flexibilização das restrições nas atividades comerciais, foi registrado um crescimento de 29,6%.
Melhor do Nordeste
A pesquisa aponta ainda que a intenção de consumo registrada em Maceió apresenta o melhor desempenho do Nordeste. Com 116,2 pontos, o resultado identificado na capital alagoana mostra uma diferença significativa frente às outras capitais.
Teresina (PI), com 96,7 pontos, Salvador (BA), com 86,1 pontos, e Fortaleza (CE), com 82,6 pontos, são as cidades com pontuação mais próxima no ranking da região.
De acordo com Hortencio, isso demonstra que o mercado alagoano tem dado sinais mais claros de recuperação, mesmo quando comparado com estados com economias mais robustas, a exemplo de Bahia e Ceará.