A Agência Tatu – startup alagoana de jornalismo de dados – lançou a Dandara, a robô caçadora de desinformação. A ferramenta vai atuar na extração de conteúdo eleitoral duvidoso, disseminado nas redes sociais nos nove estados do Nordeste.
“O nome da nossa robô foi dado em homenagem à Dandara dos Palmares, esposa de Zumbi dos Palmares, considerada uma guerreira nordestina que lutou pela libertação total das negras e negros no Brasil, tendo liderado mulheres e homens. Como nosso projeto é voltado para combater a desinformação no Nordeste nesse período eleitoral, intitulamos dessa forma pensando também em trazer essa identificação regional”, explica ao Alagoas Notícia Boa (ALNB) a diretora de conteúdo da Agência Tatu, Graziela França.
Dandara, inclusive, já está on – em pleno funcionamento – e tem o propósito de facilitar o trabalho de checagem do time de jornalistas da Tatu que fará a verificação de fatos, por meio da plataforma Nordeste Sem Fake.
“Nossa intenção com o projeto é ajudar a combater a desinformação no período eleitoral nos estados do Nordeste, momento em que cresce a divulgação de conteúdo falso, principalmente nas redes sociais, meio que utilizamos para coletar os materiais para checagem”.
A plataforma Nordeste Sem Fake e a robô Dandara são iniciativas da Agência Tatu de Jornalismo de Dados e fazem parte do Programa Acelerando a Transformação Digital – Educação Midiática e Combate à Desinformação, desenvolvido pelo International Center for Journalists (ICFJ) e financiado pela Meta, empresa dona do Facebook e Instagram.
“Nós já trabalhávamos com checagem de fato e critérios rigorosos de apuração, mas agora inserimos ainda a programação para auxiliar na coleta desses materiais”, observa.
24 horas
As checagens de fatos funcionam da seguinte forma: a robô está de plantão 24 horas no monitoramento de publicações nas redes sociais e informa ao time da Tatu possíveis conteúdos falsos. Os repórteres avaliam a relevância do conteúdo, o alcance, o impacto no processo eleitoral e se já existe checagem da peça.
Caso a necessidade seja confirmada, os repórteres entram em contato com as pessoas citadas ou envolvidas, consultam as fontes oficiais vinculadas diretamente ou indiretamente ao conteúdo, entrevistam especialistas no tema, utilizam dados que comprovem ou não a veracidade da informação compartilhada e, por fim, atribuem um selo ao material.
“Acreditamos na importância de projetos como o nosso, que buscam combater à desinformação nesse período eleitoral, justamente considerando que a produção de conteúdo falso causa danos não só para as pessoas envolvidas, como para toda a população que é desinformada com as mentiras”, ressalta Graziela França.
Selos
O projeto Nordeste Sem Fake conta com os seguintes selos:
- É verdade – Quando todas as fontes confirmam a veracidade do que foi divulgado, ou seja, o conteúdo é verdadeiro;
- Não é bem assim – Quando a informação é imprecisa e está fora de contexto;
- Isso é meme! – Quando o conteúdo foi produzido com objetivo de servir como sátira, paródia, piada ou outro recurso de humor;
- Oxe, é fake! – Quando o que foi divulgado é falso.
A produção dos conteúdos do Nordeste Sem Fake tem como base princípios de fact-checking internacionalmente reconhecidos pela comunidade jornalística que garantem a publicidade das fontes, transparência metodológica e equilíbrio na escolha das pautas.
Para a diretora de conteúdo da Agência Tatu, projetos como esses são cada vez mais necessários, diante do aumento expressivo da produção de notícias falsas nas eleições que, segundo ela, pode este ano ter uma frequência ainda maior.
“Um pleito equilibrado deve ser um que seja livre de notícias falsas e, por isso, estamos fazendo nossa parte, combatendo-as com auxílio da robô Dandara”, arremata.