Aos 16 anos, Simone Lima fugiu de casa para se livrar dos abusos do pai. Casou-se. Aos 17, já era mãe. Aos 30, era inspetora. Aos 40, tinha posição de liderança. Aos 60, comandava a Guarda Municipal e seus 700 integrantes.
Simone é exemplo de mulher que não se curvou à violência doméstica e decidiu superar os obstáculos para avançar cada vez mais. Ela está na história de Maceió por ter sido a primeira mulher comandante da Guarda Municipal da Capital.
Carinho com moradores de ruas
Enfrentou outras formas de violência, mas resolveu combatê-las usando da sensibilidade de um olhar humano, valendo-se inclusive de um kit de primeiros socorros para assistir o mais humildes, nas ruas de Maceió.
“Aquela atitude era para conquistar a confiança, mas também para dar um carinho e criar uma aproximação. Eles contavam o que se passava para a gente. Era uma Guarda humanizada”, relembra Simone.
Mãezona que ‘puxa orelha’
Entre os colegas de profissão, tem fama de mãezona que gosta de agregar, mas também ‘puxa a orelha’. “Meus filhos dizem que eu adotei a Guarda. E é verdade. Passo mais tempo lá. Amo o que faço. É gratificante”, explica.
Graças ao empenho dela, mais de 100 guardas foram capacitados para obter o porte de arma de fogo. Viabilizou o processo de compra de diversos materiais de trabalho e de viaturas também.
Recordista no atletismo
Aos 48 anos, resolveu que seria atleta. Resultado: centenas de medalhas conquistadas em competições de corrida. Em 2009, numa competição nacional dos atletas de segurança pública, no Rio, conquistou ouro e se tornou recordista.
“Estou me preparando para competir na natação. Eu treinava natação na praia, ia até a piscina natural da Pajuçara e voltava. Vou intensificar o treino para o mundial no Canadá, ano que vem”, avisa.
Tocha olímpica, em Maceió
Ela também se orgulha de ter, em 2016, participado do revezamento da tocha olímpica das Olimpíadas de 2016.