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Empreendimento turístico colabora com a conservação de espécies

Localizado em Maragogi, Ecopark Sol e Mar cumpre função educativa e cuida de animais resgatados, vítimas do tráfico
Ecopark Sol e Mar possui aproximadamente 600 animais da fauna brasileira e exóticos (fotos e vídeo: Severino Carvalho)

Aves, felinos, répteis, mamíferos. O Ecopark Sol e Mar, situado no distrito de Barra Grande, em Maragogi, possui aproximadamente 600 animais da fauna brasileira e exóticos. Mais do que um zoológico privado e de um empreendimento turístico, bem no coração da da Costa dos Corais, o equipamento cumpre função educativa, cuida de animais resgatados (vítimas do tráfico) e ainda colabora com a conservação de espécies ameaçadas de extinção.

“O Ecopark tem a proposta de receber animais de resgate. São animais que não conseguem voltar para a natureza e a gente consegue recebê-los aqui, dar os cuidados e caso precise deles para conservação da espécie, a gente tem os animais para procriar, fazendo com que esses filhotes voltem para a natureza ou façam parte de um projeto de conservação ex situ, (fora de seu habitat natural), como é o caso da onça-pintada”, explica o proprietário do Ecopark Sol e Mar, Murilo Loureiro.

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Ele conta que o empreendimento não surgiu de uma ideia pré-concebida, de um projeto em si.

“Foi acontecendo, iniciou de uns animais que tínhamos legalizados (na pousada). De tanto denunciarem, os órgãos ambientais incentivaram e ajudaram a gente a virar empreendimento”, recorda Murilo Loureiro.

Murilo: “O Ecopark tem a proposta de receber animais de resgate. São animais que não conseguem voltar para a natureza e a gente consegue recebê-los aqui”

O Ecopark abriu as portas em 2019, após emissão da licença para o funcionamento. Possui três veterinários, dois zootecnistas e um biólogo que atuam no manejo dos animais. O empreendimento gera 40 empregos diretos.

Murilo Loureiro conta que recentemente o Ecopark recebeu papagaios da espécie chauá, ameaçados de extinção e com raríssimos registros em Alagoas.

“Chegaram alguns animais para participar de um projeto de soltura na natureza e outros para participar de um projeto de reprodução. É um animal que no estado (praticamente) não existe mais na natureza”, observou.

Um dos animais mutilados e sob os cuidados do Ecopark é Kyra, uma onça-pintada amazônica de cinco anos de idade, que perdeu a pata esquerda num embate com outro felino da mesma espécie. Ela é considerada um dos mascotes do empreendimento e muito admirada pelos visitantes. E por Murilo Loureiro. Ele estabeleceu uma relação de amor e confiança com a fera, que adora brincar com ele.

Murilo e Kyra, a onça-pintada amazônica: amor e confiança (foto: cortesia)

“Kyra faz parte de um projeto de conservação ex situ, fora da natureza. É um animal que é mutilado, não tem uma das patas, porém é totalmente apta para reprodução, que é o papel principal dela estar aqui”, conta.

O Alagoas Notícia Boa (ALNB) já contou aqui a história do tucano Toco, que perdeu parte superior do bico devido a maus-tratos ocasionados pelo tráfico de animais. Ele teve a estrutura reconstituída por veterinários, a partir da extremidade de outro tucano que foi a óbito. O procedimento, feito no Ecopark Sol e Mar, foi considerado um sucesso.

O empreendimento também promove castrações gratuitas de cães e gatos de estimação e em situação de rua. A iniciativa conta com a parceria da Clínica Cão e Gato e da ONG Anjos de Maragogi.

Visitação

O Ecopark Sol e Mar funciona todos os dias das 9h às 16 horas. O ingresso custa R$ 50 por pessoa. O empreendimento ocupa uma área de 3.800m² em Barra Grande, distrito que vem se consolidando como o centro das atividades turísticas de Maragogi.

Durante o tour, o visitante passeia por diversos setores divididos por espécies. Em cada um deles, pode conhecer um pouco mais sobre os habitats e as espécies ali encontradas, como ocorrência, status de conservação, dentre outras informações transmitidas pelos funcionários ou escritas em placas.

No serpentário, por exemplo, é possível ver de perto, mas com toda a segurança, as peçonhentas jararaca e cascavel, da fauna brasileira; e as exóticas, a exemplo da píton-reticulada (Python reticulatus).

No serpentário, é possível ver de perto as peçonhentas jararaca e cascavel, da fauna brasileira; e as exóticas, a exemplo da píton-reticulada

“É a maior espécie de serpente do mundo em comprimento. Ela só perde para a sucuri, que é brasileira, mas em diâmetro. A sucuri é um pouco mais larga do que ela. Trata-se de uma serpente muito grande, essa nossa está na faixa de seis, sete metros. É um bicho que chama a atenção pela imponência”, conta Murilo Loureiro.

A turista pernambucana Tamires Calado adorou a visita. “Quem não conheceu, quem não veio, eu indico. Vocês vão amar, maravilhoso. Cada passo é encantador”, descreveu ela, que posou para fotos com uma píton-indiana (Python molurus).

Tamires: “Vocês vão amar, maravilhoso. Cada passo é encantador”

“É uma serpente de personalidade tranquila e não tem peçonha”, explica Murilo Loureiro.

No setor das aves, estão as araras das espécies Azul, Canindé, Vermelha e Macau, além dos papagaios.

“São animais que são vítimas do tráfico; a grande maioria tem um pouco de dificuldade para voar ou então é muito dócil”, conta Murilo.

Em outro recinto, reina a harpia. “Ela é a maior ave de rapina do Brasil. Temos um filhotão, nascido sob os cuidados humanos. Ela vai mudar um pouco a plumagem, ficar um pouco mais escura. É uma ave incrível pelo tamanho”, descreve.

Serviço

Ecopark Sol e Mar

Localização: Distrito de Barra Grande, Maragogi (AL)

Funcionamento: todos os dias, das 9h às 16 horas

Ingresso: R$ 50 por pessoa

Contato: (82) 98808.3138

Instagram: @psolemar